08/11/2019
Fonte: Portal Em Tempo
Valdeniza Vasques
Para fomentar a Indústria 4.0 na região Norte, a FPF Tech lançou o laboratório de inovação FabLab powered by EcoStruxure, pioneiro no segmento. O projeto foi realizado em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Tecnológico (INDT) e a Schneider Electric Brasil, e deve beneficiar 480 empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM) que se preparam para fazer a transição para o novo modelo tecnológico.
O laboratório é inaugurado em um momento em que a demanda por capacitação técnica é muito necessária na indústria amazonense. Uma pesquisa recente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam) revelou que 92% dos colaboradores da indústria do Estado têm pouca ou nenhuma habilidade digital. Para o diretor executivo da FPF Tech, Luís Braga, o FabLab é uma iniciativa que vem para contribuir na solução desse problema.
"Conhecemos o gap da falta de conhecimento e para cobrir isso estamos abrindo uma agenda de treinamentos direcionada para aquilo que está faltando na região. Em conjunto com a pesquisa da Fieam, identificamos as necessidades da indústria. Estamos trazendo para dentro dos laboratórios pessoas e empresas que tiverem interesse em participar", disse Luís Braga, acrescentando que as atividades do FabLab já iniciam na próxima semana.
Segundo o diretor executivo INDT, Geraldo Feitoza, o laboratório pretende beneficiar não só o PIM, mas também as universidades e escolas do Amazonas. "Há bastante demanda de inovação e capacitação técnica nas áreas de manufatura, biotecnologia e biodiversidade. O laboratório trabalhará nisso e vai propor estratégias de solução para essas demandas", informou.
Tecnologia
O FabLab é alimentado pela EcoStruxure, uma plataforma de sistema aberta, interoperável e habilitada para Internet das Coisas (IoT), que entrega valor agregado em relação à segurança, confiabilidade, eficiência, sustentabilidade e conectividade para os seus usuários. Dentro do projeto recém-inaugurado, avanços em IoT, mobilidade, detecção, armazenamento em nuvem, análise e segurança cibernética oferecerão inovação em todos os níveis. Isso inclui produtos conectados, Edge Control, aplicativos, análises e serviços.
Uma das ferramentas é a realidade aumentada, que permite um controle maior sobre o maquinário industrial dentro das fábricas. "Com essa ferramenta, é possível antecipar, por exemplo, quando um dispositivo vai entrar em falha e prever a manutenção daquele equipamento. O CEO de uma empresa pode identificar qual máquina produz mais, qual está entrando em falha constante e qual dessas máquinas deveria ser inativada. Tudo isso eleva a eficiência da indústria", explica o diretor de Industrial Automation da Schneider Electric, Carlos Urbano.
Bioeconomia
O FabLab também impulsionará o desenvolvimento da bioeconomia e rastreabilidade - ou seja, as tecnologias base da indústria 4.0 serão utilizadas em aplicações voltadas ao bionegócio. "As soluções de rastreabilidade permitirão que haja a rastreabilidade desde a pesca ou colheita, a monitoração de toda a cadeia que o alimento passa, do processamento à logística até chegar no consumidor", declarou Carlos Urbano.
Com o uso dessas tecnologias na cadeia extrativista, o valor agregado dos produtos da floresta de forma sustentável será ampliado, diz o diretor da Schneider.
A expectativa da FPF Tech, INDT e Schneider Electric é alcançar 100% de utilização do hub e, para tanto, as instituições assumiram o compromisso de manter um cronograma de interações mensais com as indústrias locais para divulgar as tecnologias embarcadas no espaço e fornecer capacitação contínua para profissionais da região.
Estrutura
O novo hub de inovação tem um espaço de aproximadamente 180m², com diversas ferramentas e recursos com as principais tecnologias do portfólio EcoStruxure da Schneider Electric voltadas à Indústria 4.0, além de tecnologias próprias da FPF Tech e do INDT.
O laboratório possui seis bancadas, cinco com itens para simulação e aprendizado em automação de máquinas, e uma com equipamentos para automação de processos. Todas as bancadas podem trabalhar individualmente ou conectadas em rede, formando um ambiente real de automação de uma planta.
O FabLab é integrado ao laboratório de Segurança Cibernética do INDT. Desse modo, as soluções desenvolvidas na plataforma Schneider poderão contar com todo o aparato de segurança de dados e completa proteção contra-ataques cibernéticos.