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Hotéis e agências do AM somam até 90% de redução no fluxo de turistas

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20/03/2020

Fonte: EM TEMPO

Assim como na indústria e no comércio, a pandemia de coronavírus começa a impactar o setor de serviços, principalmente o segmento do turismo no Amazonas, responsável por uma receita total entre turistas brasileiros e estrangeiros de mais de R$ 540 milhões, segundo dados da Empresa Estadual de Turismo do Amazonas (Amazonastur).

Na quarta-feira (18), o cruzeiro alemão Amera, previsto para atracar em Manaus não pode liberar seus tripulantes para entrarem na capital amazonense. A proibição é resultado do Decreto Estadual nº 42.061, que determina adoção de medidas preventivas contra o coronavírus. Em meio a crise, Manaus que recebeu mais de 300 mil turistas só na primeira metade de 2019, se vê na onda de um furacão, isto porque agência de viagens e hotéis somam quedas de 90% no movimento.

Olímpio Carneiro é dono de uma agência de turismo de mesmo nome. Há 15 anos no mercado, a empresa funciona dentro do Tropical Executive Hotel e dispõe de passeios pela região amazônica. Segundo ele, o mercado de turismo está parado. “Caiu o movimento em 90%. Eu vendia de dois ou três roteiros por dia. Agora nesta crise, hoje eu não vendi nenhum”, conta.

Como alternativa para a baixa, Olímpio diz estar oferecendo pacotes promocionais para manauaras. Os principais roteiros são mergulho com botos, pesca do Pirarucu, passeio pelo Encontro das Águas, entre outros. Quando perguntado sobre os casos de coronavírus em Manaus e o risco de contágio nesses passeios, Olímpio diz que não vê problema, pois todas as atividades são ao ar livre.

O gerente de vendas do Hotel Go Inn Manaus, Filipe Barrozo, diz que o empreendimento já sofre as consequências da crise criada pela Covid-19. “A crise do coronavírus tem gerado grande impacto no nosso setor. Desde a quinta-feira passada, já registramos 64 cancelamentos de reservas já negociadas, fora as que deveriam ser realizadas para os meses de abril e maio. Estamos estimando prejuízos considerados, mas ainda não calculamos esse montante”, comenta Filipe.

Ele diz que no momento o hotel ainda está aberto e que tem agido na prevenção, sem possibilidade de interromper as atividades. Apesar disso, já planejam fechar o restaurante do estabelecimento, diminuir a carga-horária dos colaboradores e suspender serviços de almoço e jantar.

Quanto aos estrangeiros, o gerente diz que o fluxo reduziu em cerca de 80% e os poucos que se arriscaram, o estabelecimento tem adotado medidas de prevenção utilizadas também com clientes locais.

“Intensificamos a limpeza nas áreas comuns e apartamentos e reduzimos o tempo entre limpezas. Trocamos para produtos mais fortes que agem especificamente para estas endemias, fornecemos equipamentos de segurança pessoal para os colaboradores realizarem o serviços, e estamos aguardando até sexta um lota de máscaras, luvas e álcool em gel para uso nas áreas comuns e clientes que peçam”, informa o gerente.

Voos

Nesta segunda-feira, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) informou que as suas associadas já registram, em média, “queda de 30% na demanda por voos domésticos, e redução de 50% nas viagens internacionais, em relação ao mesmo período do ano passado”. A Gol e a Latam, gigantes do setor, fazem parte da Associação, que já havia alertado na semana passada para a “grave a crise econômica que afeta a aviação comercial brasileira neste cenário de pandemia do coronavírus”. Em nota a Latam informou uma redução de 70% em suas operações, sendo 90% nos voos internacionais e 40% em viagens internas. A empresa “possui mais de 42.000 funcionários e opera aproximadamente 1.400 vôos diários”, segundo divulgado em nota da companhia.

A Azul anunciou a diminuição de ofertas de assentos em seus voos em 25% a menos até março e 50% em abril. A mesma empresa anunciou que todos os voos internacionais estão suspensos, com exceção dos que saem de Viracopos (São Paulo), onde a empresa tem mais clientes.

Medidas para conter o abalo financeiro

Em nota, a Amazonastur, disse ainda ser cedo para dar diagnósticos financeiros em números. A estatal está focada em reduzir o contágio do coronavírus por meio do adiamento de eventos e o interrompimento da temporada de cruzeiros, já tradicional em Manaus. Dos seis cruzeiros que iriam atracar no Porto de Manaus nesta atual temporada, um foi impedido e os demais já foram cancelados.

O órgão divulgou também na reunião da diretora-presidente da Amazonastur, Roselene Medeiros, que novas medidas serão tomadas para conter o coronavírus. Entre as ações, está o adiamento pelo prazo de 30 dias de todos os eventos programados para o Centro de Convenções do Amazonas Vasco Vasques (CCAVV), incluindo palestras e atividades que envolvam mais de 100 pessoas. Outro evento adiado pelo órgão foi o Workshop de inovação em Turismo, previsto para os dias 24 a 26 de março, em Manaus. O encontro é em parceria da Amazonastur e a Samsung Ocean.

Já João Araújo, diretor de Turismo da Manauscult, diz que o momento é pior crise do setor de turismo em muitos anos. “Todos nós sabemos que realmente a situação do turismo no mundo inteiro está extremamente vulnerável e em queda constante de números. Há cancelamentos de voos, excursões e reservas de hotéis”, avalia o diretor.

Segundo ele, a Manauscult tem se mobilizado para fornecer apoio aos empresários da área por meio de conversas com parceiros comerciais. “Conversamos com associações de hotéis e vamos tentar um pleito para um prefeito Arthur Neto para que possamos ver, em âmbito municipal, o que podemos fazer para ajudar esse setor, como redução de impostos para incentivo. É importante destacar que uma queda na área de turismo afeta consideravelmente os cofres municipais e estaduais”, explica João Araújo.

A Manauscult tem realizado ainda a campanha “não cancele, remarque”. A ideia, segundo a assessora de comunicação da secretaria, Mônica Figueiredo, é incentivar o turismo local e reduzir as perdas financeiras.

Ela diz também que nenhum grande evento da secretaria foi cancelado, posto que os principais são realizados no segundo semestre do ano, como o Passo a Paço e o Festival Folclórico do Amazonas. “Entretanto, cumprindo a recomendação, todos os apoios aos eventos nos bairros estão suspensos pelos próximos 30 dias”, diz a assessora.

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