15/01/2014
Na comparação com outubro de 2013, o indicador também recuou 0,4%, registrando queda acumulada nos últimos doze meses de 1,2%. De acordo com o coordenador da pesquisa, André Macedo, as horas pagas são a variável do mercado de trabalho industrial que acompanha mais de perto a evolução da produção das fábricas que oscilaram muito em 2013. “As companhias sempre tentam, primeiro, cortar horas extras antes de iniciar as demissões e o resultado negativo deste indicador pode apontar para demissões futuras”, destacou.
Em novembro do ano passado, a produção industrial brasileira recuou 0,2% frente a outubro do mesmo ano, com retração em 9 dos 14 locais pesquisados pelo IBGE.Em 2012, o setor teve queda acumulada de 2,6% e, em 2013, avançou de forma frágil, “com quedas esporádicas que podem explicar o recuo no emprego industrial”, disse Macedo.
O fraco desempenho da indústria também ajudou a impulsionar a queda no total de pessoal ocupado que, em comparação com novembro de 2012, recuou 1,7% e 1,1% no acumulado de 12 meses. Apesar de o resultado de novembro ter ficado estável (0,0%) ante outubro do último ano, a taxa registrou o 26º resultado negativo consecutivo nesse tipo de confronto e o mais intenso desde setembro de 2012 (-1,9%).
De acordo com Fernando de Holanda Barbosa, especialista em mercado de trabalho da Fundação Getúlio Vargas (FGV), os resultados negativos do emprego e do salário na indústria sinalizam um forte esforço das empresas para reduzir os elevados estoques de 2013. “Com o estoque elevado, a indústria abre menos postos de trabalho e, com produção em baixa, pagam menos horas extras aos trabalhadores”, afirmou.
No índice acumulado do período de janeiro a novembro do último ano, os destaques na pressão negativa vieram de produtos de metal (-6,8%), calçados e couro (-6,2%), máquinas e equipamentos (-3,8%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-4,4%) e outros produtos da indústria de transformação (-4,1%).
Para Júlio Gomes de Almeida professor da Unicamp e consultor do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), a queda do emprego se deu, especialmente, pela competição com os importados. “Estes são setores atochados pela importação e precisam responder a essa ameaça com maior automação e redução de custos”, disse.
Fonte: Brasil Econômico