24/02/2015
O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Plástico (Sindplast) alega que os trabalhadores são prejudicados pelos Processos Produtivos Básicos (PPBs), que facilitam às empresas fazerem importações de componentes. Segundo o presidente da entidade, Francisco Brito, a medida prejudica as fabricantes de componentes locais, visto que estas sofrem com a “concorrência desleal” dos produtos chineses.
Ele contou que no ano passado foi publicada uma portaria que autorizava empresas a produzirem componentes no PIM, porém, em virtude de um erro de digitação as fábricas foram obrigadas a escolher entre produzir a embalagem da frente ou a de trás do aparelho de ar-condicionado.
“Já foram realizadas quatro reuniões entre os trabalhadores e a Superintendência da Zona Franca de Manaus [Suframa], mas até o momento não houve nenhuma mudança”, relatou.
O presidente do Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares de Manaus (Sinaees), Celso Piacentini, disse entender os dois lados da questão. Mas destacou que é contra o governo dizer o que as empresas têm que fazer. Segundo ele, a medida pode deixar o mercado menos competitivo.
“Se o empresário for obrigado a comprar o material aqui o preço do produto pode aumentar, visto que não haverá competitividade”, apontou.
Mercado soberano
Para ele, a questão tem que ser analisada por diversos ângulos, mas o ideal seria que o governo desse liberdade para o empresário fazer o que for melhor para o desenvolvimento de cada empresa. Ele frisou que não é contra o projeto, mas é contra a fixação de regras, sendo que o mercado é quem tem que decidir.
“Deixa o mercado dizer se compro aqui ou lá. Se o preço for competitivo é evidente que eu compro localmente”, observou.
O titular da Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico (Seplan), Airton Claudino, explicou que a medida é fruto de um estudo que visa melhorar a produção industrial da região, além de gerar mais postos de empregos.
“Sempre estamos realizando estudos que possa ampliar a geração de emprego no nosso polo e esta é uma forma que efetiva essa ação”, disse.
Claudino afirmou que os estudos sobre a questão dos incentivos fiscais concedidos a empresas do PIM são constantes. E que a mudança no segmento de ar-condicionado é uma situação que o governo busca resolver através de debates com todos os envolvidos. “Temos uma reunião agendada para o próximo dia 5 para discutir o assunto”, declarou.
De acordo com dados dos Indicadores de Desempenho do PIM, divulgado no início do mês pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), a produção de condicionadores de ar tipo split registrou crescimento de 23,74% na comparação de 2014 com o ano anterior. O aumento também foi observado na produção de condicionador de ar de janela, 17,79% em relação a 2013.
Fonte: Amazonas Em Tempo