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Guaraná movimenta economia, do interior

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03/12/2018

Notícia publicada pelo site Valor Econômico

Fabricantes de bebidas presentes no polo industrial da Zona Franca de Manaus estão adotando a estratégia de desenvolver pequenos produtores de guaraná, fruto nativo da Amazônia, no sentido de obter matéria-prima e ao mesmo tempo associar a melhoria de renda à conservação ambiental. "Na Amazônia são necessárias novas relações de compra, diferentes das tradicionais, capazes de valorizar atividades econômicas que não derrubam árvores, por meio do diálogo e visão de longo prazo", afirma Flávia Neves, gerente de sustentabilidade da Coca-Cola Brasil.

Das 200 toneladas de guaraná que abastecem a empresa, metade provém de cultivos próprios de larga escala e o restante é obtido junto à agricultura familiar em 11 municípios amazonenses, por meio de parceria para acesso a mudas e assistência técnica à produção consorciada com mandioca, cupuaçu e outros alimentos. A melhoria dos índices sociais e econômicos tem se traduzido na redução do êxodo para as periferias da capital. Há o esforço de conciliar as oportunidades no interior a modelos produtivos mais sustentáveis: "Precisamos de uma economia regenerativa, em que a preocupação vai além de unicamente conservar", adverte Flávia.

Hoje o concentrado de guaraná para refrigerantes é item de exportação da Zona Franca. Em 2017, a empresa investiu R$ 17 milhões em tecnologias e compra de insumos regionais, com sistema que rastreia o produto para garantia de origem no Amazonas. As atuais iniciativas resultam da experiência obtidacom o beneficiamento de açaí, em Carauari (AM), no médio-Juruá, para suprir a fabricação de uma nova marca de suco que posteriormente acabou descontinuada por razões de mercado - mas ficou como legado o fortalecimento dos produtores para arriscar o empreendimento de novos negócios, como a venda matérias-primas à indústria de cosméticos.

No mesmo caminho, a concorrente Ambev, com quatro fábricas e um centro de distribuição em Manaus, desenvolve ações junto a produtores tendo como cenário o município de Maués (AM) - berço do guaraná, ícone do conhecimento tradicional indígena na localidade. Cerca de 90% do abastecimento é suprido por 2 mil famílias, assistidas para o plantio em sistema agroflorestal e para o beneficiamento inicial dos grãos, destinados à fabricação do extrato. Apenas 10% da demanda tem origem nos cultivos da Fazenda Santa Helena, mantida pela empresa no município, com 1.070 hectares.

No total são fabricados por ano cerca de 500 mil kits de concentrado de guaraná, usados na composição dos refrigerantes. "É preciso manter viva a cultura enraizada desde os tempos das antigas lendas", afirma Edvaldo Galetti, gerente fabril na região, onde a Ambev opera um viveiro com capacidade para produzir 60 mil mudas por ano para entrega aos lavradores. Em paralelo, são desenvolvidos projetos de infraestrutura - como investimento em câmaras frigoríficas para estoque de polpas de frutas - que ajudam a viabilizar a produção rural.

No Projeto Aliança Guaraná de Maués, conduzido em parceria com o Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia, a indústria estimula o desenvolvimento de ações coletivas voltadas à melhoria da qualidade de vida, preservação da identidade cultural e criação de alternativas econômicas, como a criação de roteiros de turismo para incentivar o conhecimento da cadeia produtiva do fruto.

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