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Greve na Suframa pode trazer prejuízo de R$ 300 milhões por dia à indústria

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20/02/2014

A paralisação geral dos servidores da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), que teve inicio nesta quarta-feira (19), pode trazer o prejuízo de R$ 300 milhões para a indústria, segundo informou o presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam) Wilson Périco.

O valor foi baseado no faturamento de 2013, que foi de R$ 83 bilhões. “Levando em consideração a arrecadação do ano passado, por dia poderá ter uma perda de R$ 300 milhões para a indústria. O pleito dos servidores não é novo, e me parece ser lícito. Esperamos que haja um bom senso de ambas as partes”, explicou Périco.

Nesta manhã, cerca de 400 servidores da Suframa, se reuniram em frente a sede do órgão, localizada na avenida Ministro Mário Andreaazza, no Distrito Industrial.

Para o presidente da Cieam, a paralisação pode trazer impactos a vários setores do Amazonas. “Estamos falando de impacto na indústria, comércio, mas também de um impacto social aos empregos e arrecadação do Estado. Vamos acompanhar para que haja um bom senso de todas as partes para evitar um cerceamento do direito das indústrias,e a contrapartida social.

Além disso, segundo Périco, a greve traz risco imediatos a atividades do Polo Industrial. “São vários temas que estão em pauta. A prorrogação da ZFM, que ainda não foi definida; a discussão do ICMS; a polêmica da União Européia. Essa paralisação traz uma desconfortante incerteza, que traz riscos imediatos a atividade do polo. Isso tudo é um cenário negativo e deixa todos com receio do que pode vir a acontecer em um curto período de tempo".

Servidores querem plano de cargos e carreiras


Segundo o diretor do Sindicato dos Servidores da Suframa (Sindframa), Sidnei Nunes, há cinco anos foi apresentado o plano de cargos e carreiras para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).

“Nossas reivindicações não são novas, e vamos paralisar por tempo indeterminado. Apenas vamos liberar a entrada de serviços necessários, como remédios e produtos hospitalares. Não queremos prejudicar ninguém, mas precisamos melhorar nossas condições de trabalho”, explicou.

A Suframa, segundo Nunes, conta com 10 fiscais nas transportadoras, no porto da Ceasa e no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes.

“Não temos condições dignas de trabalho, o volume de serviço só aumenta e não temos servidores para isso. Sabemos que as indústrias serão prejudicadas, mas será pior se não resolverem isso agora. Na última sexta-feira, quando a presidente Dilma veio aqui, fiz questão de repassar o plano para ela. Mas isso não é novidade, já encaminhamos para o Ministério do Desenvolvimento e atenderam apenas um aumento de 5%. Precisamos de 100%”.

Segundo Nunes, no início de fevereiro, o ministro interino do Mdic, Ricardo Schaefer, conversou com os servidores, porém não deu previsão de reajuste. “Ele falou que não há previsão para o reajuste. Isso é um descaso com a Suframa e com todos os estados que são abrangidos por ela”, disse Nunes.

Comércio não tem avaliação diária de perda


Para o comércio, o valor da perda ainda não é previsto por conta da zona sazonal. “Vamos poder dizer o número em perdas a partir do 5º dia de paralisação. Acredito que dependendo do tempo, dos setores, quando os representantes começarem a reclamar, saberemos de quanto está sendo essa perda”, disse Ralf Assayag, presidente do Câmara dos Dirigentes Lojistas do Amazonas (CDL-AM).

Assayag considera a paralisação ‘péssima’. “Eles estão fazendo uma maldade com a população, que não é culpada disso. Que procurem medidas que afetem o Governo Federal, não diretamente a população, que é a que mais sofre”.

Fonte: Portal D24am.com

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