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Greve na Suframa completa um mês e estimula demissões e alta de preços, diz Cieam

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22/06/2015

A greve dos servidores da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), que completa um mês neste domingo, estimula demissões com a falta de mercadorias, afeta a arrecadação e influência a alta de preços com a escassez de produtos, segundo o Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam). A entidade informou que 1,3 mil carretas com mercadorias, avaliadas em aproximadamente R$ 400 milhões estão retidas à espera de liberação.

Para o presidente do Cieam, Wilson Périco – que conseguiu na Justiça liminar para liberação de 30% das mercadorias – a situação atual é "vergonhosa", principalmente pelo descaso do governo federal com a autarquia, que está há mais de sete meses sem um superintendente e "tem seus servidores sendo tratados com essa indiferença há mais de cinco anos".

"Um governo que diz ter vindo da classe trabalhadora, que teve origem nos movimentos dos metalúrgicos do ABC Paulista e trata os trabalhadores da Suframa dessa forma, coloca em risco, também, os trabalhadores do PIM. O Cieam é solidário ao pleito dos servidores da Suframa e trabalha para tentar ajudar na correção dos salários desses servidores há algum tempo", ressaltou Périco.

Quanto aos efeitos da paralisação na indústria, o dirigente afirmou que existem vários, entre os mensuráveis ou não.

De acordo com o presidente do Cieam, várias linhas de produção da indústria estão sendo impactadas por falta de insumos e os trabalhadores das fábricas estão com risco de perder seus empregos, uma vez que, na avaliação de Périco, a economia não vai bem. "Tem também a imagem de nossa região quanto à atração de investimentos, que fica muito afetada. Portanto, os prejuízos são enormes para nosso Estado que, além desses aspectos, terá um impacto muito grande na arrecadação", completou.

Sobre o impacto nas receitas, a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) não deu retorno ao ser questionada.

Férias


Para o vice-presidente da Federação da Indústria do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, a greve se somou à crise econômica brasileira, contribuindo para a piora da situação do setor, que já não estava favorável em 2015. Azevedo afirma que a saída encontrada por muitas fábricas, incluindo as maiores do Polo Industrial de Manaus (PIM) foi a de antecipar as férias.

"Muitas empresas já entraram em férias coletivas e outras ainda vão entrar no final de junho, todas de dez a 15 dias. Isso significa queda na produção, no faturamento, pois as empresas estão tentando reduzir todos os gastos. O último redutor de despesas seria a dispensa da mão de obra. Temos um cenário de muita incerteza, não podemos fazer prognóstico dizendo que vai melhorar. Não temos indicadores que nos deem esse otimismo", destacou Azevedo.

De acordo com o vice-presidente da entidade do setor produtivo, com a crise, as pessoas também estão deixando de comprar itens que não são de primeira necessidade, situação que afeta diretamente o PIM. "Tem alguns setores que sofrem mais e outros menos, mas, no geral, a greve atinge todo mundo, tirando o setor de alimentação e remédios. Os bens que não são de necessidade imediata estão sofrendo mais, como eletroeletrônicos e duas rodas. Mas indústria, comércio e serviços, todos sofrem e isso vai refletir na arrecadação estadual", salientou Azevedo.

Paralisação afeta o comércio com a redução do estoque


De acordo com o presidente da Federação da Câmara dos Dirigentes Lojistas do Amazonas (FCDL-AM), Ralph Assayag, a falta de mercadorias no comércio local por conta da greve já começou, o que deve influenciar na alta de preços, caso a paralisação continue, além dos prejuízos aos pequenos comerciantes.

"Os carreteiros livres não querem mais vir para Manaus, pois sabem que ficarão com mercadorias presas. Faltam mercadorias e os pequenos lojistas não têm estoque para vender. Ficamos refém de meia dúzia de pessoas", disse Assayag.

Assayag informou que as demissões também estão acontecendo, mesmo que em baixo volume. "Os que mais sofrem são os pequenos comerciantes, que não conseguem fazer estoque alto e pedem mercadorias toda semana ou quinzena. Não é justo demissão de funcionários e aumento de preços de produtos por causa dessa greve. Esse foi o pior momento possível para fazer essa greve", criticou o dirigente.

Fonte: Portal D24am.com

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