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Greve da Suframa causa retenção de produtos e prejuízos a empresas

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18/06/2015

A distribuição de insumos e matérias-primas para indústrias registra prejuízos em razão da greve dos servidores da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). Mais de 1,1 mil carretas com mercadorias estão retidas à espera de liberação. Empresas começam a contabilizar perdas. A Câmara de Dirigentes de Lojistas de Manaus (CDL-AM) afirmou que o movimento grevista já causa desabastecimento de produtos na cidade.

Os servidores da Superintendência protestam contra o veto do Governo Federal para a medida que reavaliaria o plano de cargos e carreiras dos funcionários da autarquia. A greve acontece nas 14 unidades da Suframa, em cinco estados - Amazonas, Acre, Amapá, Rondônia e Roraima. O movimento grevista dura 25 dias.

Segundo o Presidente da CDL Manaus, Ralph Assayag, além de impactar na produção da indústria, a greve já gera desabastecimento de produtos no comércio. "Inclusive, fornecedores não estão mais querendo mandar mercadorias porque sabem que, quando chegar aqui, vai ocorrer a demora na liberação. É preocupante. Num momento de crise, a gente deveria estar vendendo, mas estamos preocupados em receber a mercadoria", destacou.

Ainda segundo o presidente da CDL Manaus, altas nos preços de produtos devem ser percebidas nos próximos dias, caso a greve continue. Segundo ele, há redução de fornecimentos em supermercados, restaurantes, lojas de peças, entre outros.

Impactos para indústria

De acordo com o presidente da Associação de Fabricantes de Insumos e Componentes do Amazonas (Aficam), Cristóvão Marques, a liberação de insumos nacionais e importados é prejudicada. Mercadorias, como remédios e eletroeletrônicos, estão retidas em pátios de indústrias e empresas transportadoras.

"Tem indústria que está precisando de insumo e não consegue liberar. Tem muita empresa sendo prejudicada. O prejuízo é grande. Esse ano vai ser o pior do Polo industrial de Manaus", disse.

Em Manaus, o diretor-executivo geral de um porto localizado no Distrito Industrial, Jhony Fidelis, contabiliza mais de 700 contêineres parados no pátio da empresa. Segundo ele, as mercadorias deixaram de ser entregues em razão da greve. "[A situação] está grave, e tende a se agravar na próxima semana", disse.

A greve na Suframa afeta principalmente transportadoras de cargas, que estão enfrentando entraves para a liberação de mercadorias.

Na empresa Tra Transportes, localizada na Zona Norte de Manaus, o prejuízo chega a R$ 300 mil, segundo estimativas da gerente administrativa Kledna Machado.

De acordo com ela, mais de 15 carretas estão retidas no pátio da transportadora. Em apenas uma das carretas paradas, é possível contabilizar cerca de seis mil produtos, entre eletrodomésticos, cosmésticos e outros, que ainda não foram entregues devido à falta de vistoria e internação das notas.

"O transtorno é grande, porque o nosso pátio está lotado. A gente trabalha com a carga e a entrega é feita de imediato. Não temos armazém para ficar com a carga muitos dias parada. Todas as novas unidades estão paradas", disse Kledna.

A gerente destacou ainda que a empresa tem alugado carretas para armazenar cargas em portos da cidade. O gasto com o aluguel chega a R$ 250 ao dia. "Não tem como deixar mais carga aqui no pátio. Como não pode deixar na rua, a gente tem que armazenar tudo no porto. E há o custo desse aluguel", afirmou a gerente administrativa.

O depósito da empresa Exata Cargos, também localizada na Zona Norte, está superlotado. O supervisor operacional da empresa, Eduardo Rodrigues, disse que a situação pode se agravar nas próximas semanas, quando o local deverá ficar sem espaço, caso a greve não termine.

"A gente está passando por momentos difíceis, tanto pelo acúmulo de cargas, como pela dificuldade que a Suframa está causando. A gente está administrado, mas com dificuldades, porque a Suframa está vistoriando poucas [cargas]. Estamos com muita carga retida, em torno de 70%. A cota de liberação hoje é em torno de 30%. Isso envolve cargas prioritárias, como medicamentos, alimentos, cargas perecíveis e o processo está muito lento", informou.

"Nos próximos dias, com certeza, teremos problemas como ocorreu no ano passado, quando tivemos que disponibilizar carretas para locação de cargas e até um depósito anexo. Quem acaba pagando é o cliente que tem que arcar com esse custo de armazenagem", disse Rodrigues.

Outra empresa que diz que deve ter problemas com a continuidade da greve é a Moto Honda da Amazônia. A multinacional informou que tem administrado as atividades com estoques de matérias-prima de peças, mas que se a greve se estender, terá problemas para cumprir as metas de produção.

A greve

A categoria anunciou a greve como protesto ao veto da presidente Dilma Rousseff em relação à medida provisória 660, que determina a reestruturação do plano de cargos e carreiras. A mobilização acontece em todos os cinco estados e 14 unidades em que a Suframa atua.

Na tentativa de amenizar a situação instável da indústria amazonense, a 3ª Vara Federal chegou a determinar que um grupo de servidores da Secretaria de Fazenda do Amazonas (Sefaz-AM) assuma atribuições da Suframa. De acordo com a Secretaria de Estado de Comunicação Social (Secom), os servidores devem atuaram em atividades de fiscalização, concessão de licenças de importação, desembaraço de mercadorias e análise de projetos de empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM), comprometidas com a greve.

Nesta quarta-feira (17), a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) comunicou ao G1 que não tem como quantificar os prejuízos causados pela paralisação, embora trabalhe para minimizar os impactos à sociedade.

Fonte: G1.com


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