03/07/2013
Preocupada com a queda acima do esperado da produção industrial em maio e com a inflação ainda elevada em junho, a equipe da presidente Dilma já definiu que fará um novo bloqueio de despesas do Orçamento para auxiliar o Banco Central a segurar a alta de preços.A decisão de fazer mais um "contingenciamento" de gastos, além do corte de R$ 28 bilhões feito em maio, já está tomada. O valor ainda está em análise pelo governo, mas pode ficar entre R$ 15 bilhões e R$ 20 bilhões, o suficiente, segundo assessores, para cumprir a meta de superavit primário de 2,3% do PIB.
Na avaliação de técnicos, o recuo de 2% na produção industrial no mês de maio preocupou o governo porque veio acima do esperado e pode indicar que a retomada do crescimento da economia está num ritmo mais fraco do que o previsto.
Segundo assessores, a equipe econômica aponta a inflação em patamar elevado como uma das razões para o fraco crescimento neste início de ano. Daí a decisão de priorizar o seu combate, fazendo novo bloqueio de gastos.
A equipe da presidente Dilma estimava que a queda da indústria ficaria na casa de 1% e não seria tão disseminada, como divulgado ontem pelo IBGE.
Segundo o instituto, 20 dos 27 setores da indústria registraram queda em maio na comparação com o mês anterior, inclusive o de bens de capital, o que pode sinalizar uma redução na taxa de crescimento de investimentos.
Recentemente, Dilma já havia sido avisada por empresários da indústria de que a retomada do crescimento do setor, registrada nos primeiros meses do ano, poderia não ser sustentável no médio prazo.
Dilma programa para os próximos dias reunião com os pesos-pesados da economia para debater o atual cenário e o que pode ser feito para acelerar o crescimento.
Oficialmente, o governo diz esperar um crescimento próximo de 3% neste ano. Reservadamente, teme que o cenário internacional adverso, que pressiona o valor do dólar, e a onda de protesto no país façam o país crescer na casa de 2% em 2013.
Fonte: Folhaonline.com