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Governo do Estado planeja gerar 22 mil postos de trabalho no interior

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31/01/2020

Fonte: Jornal do Commercio

Marco Dassori

O governo do Estado espera gerar 22 mil empregos no interior, a partir de projetos de desenvolvimento, que contam com aproximadamente R$ 2,3 bilhões de investimentos públicos e privados. As apostas incluem uma sub-região de desenvolvimento sustentável a partir de Humaitá – englobando mais 13 municípios em seu entorno – e um polo agroindustrial em Rio Preto da Eva, além de um centro de produção de gás natural em Silves.

A expectativa é que outras frentes de trabalho, abertas a partir de empreendimentos voltados para as cidades do interior e para novos segmentos, referendados pelo Codam (Conselho de Desenvolvimento do Estado do Amazonas), no ano passado, também gerem frutos. No eixo fora da capital, foram aprovados projetos para Manacapuru, Tefé e Iranduba, voltados para a produção de açúcar mascavo, ração, sorvete de açaí e beneficiamento de castanha, que somam em torno de R$ 11 milhões.

Os programas governamentais para levar desenvolvimento ao interior vêm em boa hora, já que geração de postos de trabalho nessa região se arrasta em ritmo muito menor do que o crescimento vegetativo de sua população. Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) apontam ainda que a criação de vagas patinou mais forte no eixo fora da capital, em especial nos municípios mais distantes da Região Metropolitana de Manaus.

De janeiro a dezembro de 2019, foram criados 11.129 empregos celetistas no Amazonas – graças à diferença entre admissões (+152.027) e desligamentos (-140.898) –, com variação positiva de 2,49% em relação ao estoque do exercício anterior. A maioria esmagadora dessas vagas (10.458), contudo, ficou concentrada em Manaus, que avançou 2,53% no confronto com 2018. O Restou aos 61 municípios do interior um saldo de 671 postos de trabalho – o equivalente a 11 por localidade, em média.

Energia e agropecuária

Uma iniciativa que já se encontra em estado avançado, conforme a Sedecti (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação) é o campo de Azulão-Jaguatirica para exploração de gás natural e construção de um terminal de liquefação.

Iniciada em outubro de 2019, pelo Grupo Eneva, o projeto conta com aporte de R$ 1,8 bilhão e visa o fornecimento de energia limpa a Roraima, produzida na Bacia do Amazonas. A expectativa de empregos gerados pelas obras civis e eletromecânicas é de 1.000 vagas em cada um dos Estados. No Amazonas, as vagas devem ser abertas em Silves (distante 333 km de Manaus) e cidades do entorno.

Com os trabalhos de diagnóstico, previsão orçamentária, estudos de viabilidade e de mercado concluídos, o projeto de implantação do Darpe (Distrito Agroindustrial de Rio Preto da Eva), está agora na fase de elaboração do projeto arquitetônico, e foi apresentado ao governador Wilson Lima, nesta semana.

O projeto contempla uma área delimitada, na qual devem operar 50 agroindústrias, envolvendo cerca de 5.000 famílias de agricultores locais. A previsão é de geração de 10 mil empregos em Rio Preto da Eva (a 79 km da capital). A previsão de investimento está na faixa de R$ 150 milhões somente na fase de implantação.

Incluído no PRDA (Plano Regional de Desenvolvimento da Amazônia) para o período 2020-2023, o Darp é uma ação intergovernamental entre a prefeitura de Rio Preto da Eva e os governos estadual e federal, e se estende por uma rede de órgãos públicos que inclui as secretarias de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), de Produção Rural (Sepror) e de Meio Ambiente (Sema), além da Ciama (Companhia de Desenvolvimento do Amazonas), da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) e de instituições de fomento e pesquisa.

Cadeias produtivas

Em Humaitá (a 695 km de Manaus), as empresas Zagaia Agro e Sanfran Energy inauguraram, na semana passada, o escritório que ficará com a responsabilidade de tocar projeto para a instalação de um centro de produção agropecuária e cadeias (clusters) integradas de serviços envolvendo logística, armazenamento e de geração de energia fotovoltaica no município. O investimento estimado é de R$ 350 milhões, com previsão de geração de 12 mil empregos diretos e indiretos quando estiver operando em sua totalidade.

Em resposta à demanda logística para a implementação do projeto, o governo do Amazonas lançou, na semana passada, o programa “SOS Vicinal”, que prevê um investimento de R$ 5 milhões na recuperação de trechos de ramais de municípios do Sul do Amazonas, além de garantir a retomada das obras do Anel Viário de Humaitá.

Para o secretário em exercício de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação Renato Freitas, o avanço na execução de projetos voltados para as cidades do interior representa um novo marco nas políticas públicas do Amazonas, assumidas pela atual gestão estadual.

“Não temos dúvidas de que a interiorização do desenvolvimento vai alcançar as cidades fora do eixo da capital levando emprego e renda para a população. É também uma ação importante para a diversificação da matriz econômica do Estado com a adição de novos vetores de negócios”, comemorou.

“Crescimento vegetativo”

O Jornal do Commercio procurou o presidente da AAM (Associação Amazonense de Municípios), Júnior Leite, mas ele não pode ser localizado por sua assessoria até o fechamento desta matéria, pois encontrava-se em trânsito. Em depoimento anterior, o dirigente, que também é prefeito de Maués, destacou a importância de proporcionar melhor infraestrutura e potencial de atração de investimentos ao interior, para que a geração de empregos não dependa exclusivamente da administração pública e da agropecuária.

“Já venho alertando que o crescimento dos postos de trabalho no interior vem sendo praticamente vegetativo nos últimos anos. Não há indústrias. Temos apenas alguns bolsões de crescimento que, infelizmente, nem sempre geram ocupações formais. Municípios como Manacapuru e Parintins, devido à proximidade de Manaus e a eventos culturais, conseguem ficar acima dessa média.”, concluiu.

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