27/11/2018

Editorial publicado pelo Jornal Acrítica

Os atos de transição e de preparação para o exercício do novo governo no Amazonas requerem posicionamentos firmes e estratégicos para enfrentar situações de dificuldades que são aguardadas no País e no mundo. Analistas apresentam sinais de futura recessão a partir do agravamento de conflitos entre governos de países que têm poder ampliado e da dificuldade em promover negócios num ambiente como o que hora se apresenta.

No Amazonas, a questão do Polo Industrial de Manaus (PIM) dentro de uma economia cada vez mais globalizada exige ser tratada com atenção redobrada numa ampla ação entre as partes (governo estadual, governo municipal, legislativo, instituições de ensino e pesquisa, representações empresariais) com vigor. Montá-la é uma necessidade imediata e também desafio para superar, nessa discussão, desentendimentos miúdos que apenas conseguem atrasar ações fundamentais nessa área.

A população, os setores produtivos e de serviços, enfim todo o Estado, dependem diretamente da manutenção e do bom funcionamento do PIM. Este já se arrasta a alguns anos e está em plena desfiguração com o agravante de a cada dia ter o cerco se fechando. A questão não mais se resume no humor presidencial para manter ou acabar o modelo; é preciso reconhecer o tamanho da pressão feita contra a forma de atuação do PIM e o ambiente cada vez mais hostil a ele no âmbito do Congresso Nacional. Faltam novos estudos que possam dar visibilidade a outras realidades nas quais o PIM está envolvido e o que representa desmonta-lo, uma bancada amazonense mais atenta as atividades internas do Congresso Nacional, disposta a estudar profundamente os aspectos do modelo que estão sendo atingidos por medidas aprovadas ou em fase de aprovação tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado, e manter uma equipe técnica capacitada , o que significa ter competência, trânsito e disposição para cuidar do setor, em permanente atuação no executivo e no legislativo.

O governo que assumirá o comando do Estado a partir de janeiro terá, nesse quadro, que cuidar das questões diárias da população amazonense, mas também posicionar-se noutra perspectiva em relação a temas como o da Zona Franca de Manaus e a retomada de um plano de desenvolvimento estadual que inclua efetivamente outros setores até então tratados sem o interesse devido.