25/08/2014
Otimistas, os representantes desses setores esperam bons resultados no fim do ano, com aumento de até 10% nas vendas brutas em comparação com o mesmo período de 2013.
"Devemos fechar o ano com crescimento entre 10% e 12% no faturamento. O mercado farmacêutico só será afetado em 2014 se o nível de emprego recuar neste segundo semestre", acredita o presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini. No primeiro semestre, as vendas do setor farmacêutico cresceram 13%, para R$ 36,7 bilhões. Em volume, o aumento chegou a 7%, para 1,766 milhões de caixas, segundo a IMS Health.
O avanço, segundo Mussolin, foi impulsionado pelo fato do produto ser considerado um item de primeira necessidade e por vendas maiores de genéricos, que entre janeiro e julho subiram 18% para R$ 9 bilhões. No período, foram vendidas 494 milhões de caixas de genéricos, alta de 10%.
"Nossa meta para este ano consiste em continuar crescendo dois dígitos neste segmento", disse o diretor de marketing da unidade de Genéricos da EMS, Carlos Nahum. A EMS, um dos maiores laboratórios farmacêuticos do Brasil, faturou R$ 3 bilhões com a unidade de genéricos em 2013, alta de 11% sobre um ano antes.
Eletrônicos
Já a indústria de eletroeletrônicos vê um cenário diferenciado entre seus vários segmentos, sendo que uma fatia vem se destacando positivamente: a de smartphones e tablets . De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), as vendas dos aparelhos de comunicação e tecnologia devem fechar o ano com alta de 30% e 32%, respectivamente, em relação ao ano passado. Se confirmada a estimativa, serão vendidos 46,8 milhões de smartphones e 11,1 milhões de tablets .
"Ambas as categorias crescem, pois além delas fornecerem uma tecnologia nova aos clientes, elas substituem outras, como no caso dos celulares tradicionais e dos desktops", conta o gerente do Departamento de Economia da Abinee, Luiz Cézar Rochel. Entre janeiro e junho, as vendas de smartphones subiram 70% para 24,2 milhões de unidades, enquanto as de tablets cresceram 21% a 4,1 milhões de unidades. "Não vemos um esgotamento destes mercados no curto prazo. As vendas seguirão crescendo".
O desempenho não será suficiente, porém, para sustentar o setor todo que prevê queda de 4% no faturamento real em 2014.
Na linha marrom, destaque para a produção de televisores com alta de 25% no primeiro semestre, para 7,928 milhões de unidades ante o mesmo período do ano passado, conforme a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). A realização da Copa do Mundo é a principal explicação para o desempenho, segundo executivos do setor.
"Apenas no primeiro semestre deste ano, nossas vendas de televisores cresceram mais de 40% em relação ao mesmo período do ano anterior", ressalta o gerente geral de produto TV da LG, Rogério Molina. "Devemos fechar o ano com bom crescimento na categoria ante 2013", completa.
Para o segundo semestre, Molina aposta em vendas parecidas com as registradas no mesmo período do ano passado. "Estamos trabalhando novas tecnologias, como a Ultra HD e a Oled, o que nos ajuda a crescer", finaliza Molina. Ainda segundo ele, o desaquecimento da economia brasileira não deve afetar a categoria de televisores em 2014.
O presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Lourival Kiçula, projeta encerrar este ano com 16 milhões de televisores vendidos ao varejo. Em 2013 foram 14,8 milhões de aparelhos pela indústria.
Bebidas
A Copa do Mundo também favoreceu o fabricação de bebidas alcoólicas (+4,8%) entre janeiro e junho, segundo o IBGE. A alta na fabricação de cervejas, responsável por 90% do volume deste mercado, foi o grande destaque.
"As expectativas positivas para o setor de bebidas em 2014 estão se confirmando, em especial para alguns setores específicos favorecidos pelo calendário, responsável por um Carnaval mais distante das Festas de Final de Ano e pela realização da Copa", observa o presidente da Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), José Augusto Rodrigues da Silva.
No primeiro semestre de 2014, o volume de cerveja vendido pela Ambev, maior cervejaria do País, cresceu 9,1% no Brasil, em comparação com o mesmo período de 2013. O resultado ajudou a empresa a alcançar uma receita líquida de 9,3 milhões, alta de 16,3% ante o ano anterior. "A Copa do Mundo contribuiu com aproximadamente 1,4 milhão de hectolitros adicionais ao nosso volume de cerveja, acima de nossas estimativas iniciais de quatro vezes o impacto de 300 mil hectolitros da Copa das Confederações", informou a empresa.
Silva comenta também que no segmento de destilados a cachaça obteve uma excelente vitrine para o consumidor estrangeiro durante o mundial de futebol. "Por sua vez, na categoria de vinhos o cenário deve ser de estabilidade. Por um lado, as vendas e as exportações do vinho nacional vêm crescendo. Por outro, o segmento pode ter sido impactado pelo Mundial, quando os consumidores trocaram os restaurantes pelos bares, onde o consumo de outras bebidas é maior, como no caso da cerveja", finaliza o presidente executivo da Abrabe.
Fonte: DCI