
12/12/2021
Michael Douglas
O aluno da Escola Sesi Dra Emina Barbosa Mustafa, Vitor Gabriel Simões, 18 anos, desenvolveu uma tabela periódica em braile 3D, criada com o uso da tecnologia de impressão 3D, utilizando filamentos para modelagem dos 118 elementos catalogados na tabela periódica.
A iniciativa tem o Conselho Regional de Química XIV Região como parceiro, e visa possibilitar a jovens deficientes visuais a possibilidade de aprendizagem da disciplina dentro da sala de aula das escolas da rede pública municipal e estadual.
O projeto, que começou a ser idealizado em abril deste ano, utiliza o programa Autodesk Inventor, um software completo de ferramentas de engenharia para criação de projetos 3D e documentação e simulação de materiais.
Com o auxílio da professora de química da Escola Sesi e Relações Institucionais do Conselho Regional de Química 14ª Região, Ana Caroline Duarte, e do professor do Sesi e técnico da equipe de robótica Team Prodixy, Glauco Soprano, o projeto foi desenvolvido e está em processo de impressão dos 118 elementos.
“Quando a gente pensou nesse projeto, levamos em conta já a dificuldade das pessoas estarem aprendendo. E dessa forma dá para gente fazer a divulgação da química e auxiliar o professor e assim ajudar esses alunos que precisam ter esse ensino e aprendizagem. Eles [deficientes visuais] não têm muito acesso e isso pode melhorar muito o acesso deles”, afirma o estudante.
PRIMEIROS PASSOS
De acordo com o jovem, um dos primeiros passos para este projeto foi à aprendizagem do Braille, para posteriormente a produção da tabela. Após a produção da tabela, professores do Centro de Atendimento Maiara Régia fazem a revisão ortográfica do Braille nas peças, para que não saia nenhum erro no material.
“Tive que aprender primeiro como traduzir os números e as letras para o Braille, e só depois que pude produzir [a tabela], Achei tudo muito interessante, até porque era algo que eu não estava acostumado a ver, nunca precisei ler algo em Braille e acabou sendo gratificante poder participar de um projeto para ajudar pessoas com deficiência visual”, afirma o estudante.
A tabela periódica 3D em Braille foi concebida para ser montada como um quebra cabeças, buscando assim o lúdico no processo de ensino aprendizagem. De um lado fica a sigla do elemento e o número atômico escrito em Braille, e no outro escrito com letras ‘normais’, podendo assim ser utilizada por pessoas com ou sem deficiência visual.
Próximos passos
Com o projeto aprovado, o Conselho de Química fará um levantamento nas escolas da rede estadual e municipal de Manaus para verificar quantos alunos com deficiência visual estão nestes locais - possibilitando assim um número exato de quantas tabelas deverão ser produzidas. Ao todo, a amostra, depois de revisada e ajustada no software utilizado para criação, leva cinco dias corridos para impressão de todos os 118 elementos.
Fonte: Acrítica