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Ganho acima da inflação só ocorreu na indústria e setor público no 3º tri

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28/11/2018

Notícia publicada pelo site Diário Comércio Indústria & Serviços

Os servidores públicos e os trabalhadores da indústria foram as categorias que conseguiram ter ganhos de rendimento acima da inflação no terceiro trimestre deste ano, contra igual período de 2017.

Nas demais atividades, ligadas geralmente aos serviços e comércio, a renda ficou estagnada ou caiu. Capacidade de negociação dos sindicatos e qualificação são os fatores que explicam essa dinâmica, afirmam especialistas ouvidos pelo DCI.

Entre julho e setembro, a renda mensal dos trabalhadores da indústria avançou 2,6%, em termos reais (acima da inflação), para R$ 2.257, com maior ênfase na região Nordeste (6,3%). Houve também alta no Sudeste (3,7%) e no Norte (2,5%).

Por outro lado, ocorreram perdas no Centro-Oeste e (-3%) no Sul (-1,7%), mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A professora de economia da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap), Juliana Inhasz, comenta que os sindicatos mais organizados e com maior poder de negociação ainda estão mais concentrados na indústria, o que garante que, mesmo em períodos de crise ou atividade fraca, os trabalhadores consigam ganho real.

Já a economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Maria Andréia Parente, destaca que, apesar dos industriais não estarem contratando muito, a mão de obra do setor é mais especializada e qualificada, o que favorece salários mais altos do que nas demais atividades. “É um segmento que, tradicionalmente, tem remunerações maiores”, reforça Parente.

Já a renda mensal dos servidores públicos obteve crescimento de 4% acima da inflação, para R$ 3.273, com destaque para as regiões Norte (6,5%), Nordeste (6%) e Sudeste (5,8%). No Sul (1,6%), também houve crescimento, enquanto no Centro-Oeste, a renda caiu (-4,3%).

Sobre isso, a pesquisadora do Ipea afirma que pelo fato do setor público ter uma dinâmica muito diferente do segmento privado, com estabilidade de regras, é natural que em períodos de atividade fraca, os salários dos servidores “corram na frente” na dos demais trabalhadores.

Inhasz acrescenta que houve um aumento da contratação de servidores nos últimos anos, especialmente para cargos comissionados, o que acaba impactando os dados de rendimento do setor.

Difícil reação

Por outro lado, os ganhos das pessoas que atuam nos serviços e no comércio têm tido dificuldades para reagir. Um dos piores desempenhos no terceiro trimestre deste ano veio da categoria que presta serviços na área de transportes.

Entre julho e setembro, a renda deste grupo despencou 10,7%, para R$ 2.148, puxada, basicamente, pela dinâmica do Sudeste, região onde ocorreu queda de 21%, para R$ 2.342. Houve leves recuos no Centro-Oeste (-0,7%) e Norte (-0,6%), enquanto no Nordeste (9,4%) e no Sul (1,7%), o rendimento registrou expansão.

Inhasz comenta que setores onde há baixa qualificação da mão de obra e fraca organização sindical, como nos transportes, os trabalhadores são mais facilmente substituídos, especialmente em cenário de lenta recuperação econômica.

“A oferta de trabalhadores está muito elevada diante do alto desemprego e, como existe uma baixa qualificação, as empresas encontram rapidamente uma pessoa que se encaixe na vaga aceitando um salário menor. Junta-se a isso o fato de que são categorias mais descentralizadas politicamente”, reforça Inhasz.

A renda das pessoas que prestam serviços em bares e restaurantes ficou estável no Brasil, no terceiro trimestre (+0,21%, a R$ 1.442). Houve diminuição na renda no Nordeste (-6,3%) e Norte (-4,7), mas alta real nos ganhos das regiões do Centro-Oeste (8%), Sul (3,5%) e Sudeste (1,3%).

Já a renda dos comerciários também ficou estável no geral (0,06%, a R$ 1.788), registrando expansão no Centro-Oeste (5,5%) e no Sudeste (1%) e queda no Norte (-3,4%), Sul (-1,8%) e Nordeste (-1,4%).

Os ganhos dos trabalhadores da construção civil, por sua vez, ficaram estagnados (-0,17%, para R$ 1.732). Houve altas expressivas no Sul (+6,7%) e no Nordeste (+6,5%) e certa estabilidade no Centro-Oeste (0,47%). Ocorreu forte queda no Norte (-12,2%) e retração de 3,8% no Sudeste.

Já no setor agropecuário aconteceu diminuição de 1,4%, para R$ 1.273, puxada pelas regiões Sul (-3,3%), Norte (-3%) e Sudeste (-3%). Por outro lado, aumento no Nordeste (+3%) e Centro-Oeste (+0,6%). Segundo Inhasz, os números se explicam pela base de comparação, tendo em vista que a safra agrícola de 2017 foi mais expressiva que neste ano.

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