O anúncio feito na última segunda-feira pelo titular do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio exterior (MDIC), Fernando Pimentel, de que o Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) terá a personalidade jurídica definida até dezembro animou representantes da indústria e do segmento de pesquisa  local. 

Após uma espera de quase 11 anos, a expectativa é de que a partir do próximo ano, produtos dos setores de cosméticos, fármacos e de alimentos prontos para serem patenteados cheguem às prateleiras com os primeiros benefícios do centro de pesquisa.

O titular da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas (Secti-AM), Odenildo Sena, explicou que já há produtos em estágio avançado, mas que sem "certidão de nascimento", o CBA não pode conceder patentes. "Portanto, a notícia vem em boa hora. O centro está com a prateleira cheia de projetos prontos para o processo de transição em produtos e, além disso, tem contratos internacionais de prestação de serviço para dar andamento", relatou.

Entretanto, segundo o presidente do Centro da Indústria do Estadodo Amazonas (Cieam), Wilson Périco, para se consolidar como alternativa econômica viável, o CBA precisa acelerar a questão do capital intelectual. "Para formar um profissional para a área são necessários mais de 10 anos em alguns casos e, com o centro fora do papel, precisaremos de mais mão de obra", ressaltou.

Périco sugeriu um convênio com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para o aproveitamento de profissionais da entidade federal. "Já existem pesquisadores e cientistas dentro daquela entidade que poderiam ser utilizados no CBA encurtando assim o tempo de formação intelectual", explicou.

Já o titular da Secti-AM, defendeu que o CBA não deixou de formar pessoal qualificado desde sua fundação. "O centro possui profissionais prontos e a qualificação será intensificada no próximo ano", justificou sem detalhar as estratégias para formar mão de obra.