25/02/2015
A projeção foi feita ontem por representantes da indústria local que já aguardam o reajuste entre os meses de março e abril.
Segundo eles, o repasse dos serviços aos empresários é inevitável, devido ao aumento (R$ 0,15 por litro) no valor do diesel, combustível essencial às transportadoras.
O repasse do aumento deve encarecer os custos industriais e piorar a situação de segmentos que já enfrentam dificuldades no parque fabril local, como é o caso do setor de duas rodas.
“Com o aumento do combustível e as recentes manifestações das empresas de transporte pressionando o repasse, sabemos que é uma questão de tempo até o preço do serviço ser onerado para nós (indústria local). A notícia é mais desagradável para setores como o de duas rodas, que já enfrentam a crise de mercado e precisarão arcar com mais este custo”, avaliou o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Materiais Eletrônicos de Manaus (Sinmen), Athaydes Mariano Félix.
Segundo ele, o aumento médio será de 15%, dependendo do tipo de indústria e produtos transportados. “No caso das motocicletas e dos produtos de linha branca- geladeira, fogão, máquina de lavar, entre outros -, serão necessárias mais ‘viagens’ para que os itens cheguem ao mercado consumidor e por isso, esses serão os setores mais afetados. Acreditamos que, no máximo em abril já estaremos operando com os novos preços”, apostou.
Para o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, também é inevitável que o aumento sofrido pelos empresários seja repassado ao consumidor. “Mas isso não é tudo. Este aumento faz parte de um pacote de reajustes que pode impactar a geração de empregos e pesar inclusive sobre a inflação”, alertou.
Custos logísticos
O secretário do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Amazonas (Setcam), Augusto de Araújo Nonato, explicou que dois repasses estão previstos: o das transportadoras fluviais (balsas) que deve variar entre 12% e 15% e o do transporte rodoviário, ainda em negociação. “Não apostamos em um reajuste de 15%, mas, na prática, o impacto médio deve ser de pelo menos 8%”, ponderou.
Segundo ele, uma reunião será realizada ainda esta semana para definir o valor exato do reajuste. “Não temos como evitar. A defasagem em relação aos custos das transportadoras eragritante e agora ficou pior”, comentou ao projetar a efetivação do repasse ainda na primeira quinzena de março.
Fonte: Portal Acrítica.com.br