05/06/2022
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04/06/2022 às 09:26.
Atualizado em 04/06/2022 às 09:26O País conta com alguns bons motivos para manter o otimismo e esperar por bons resultados na economia no que resta de 2022. Há, porém, uma série de fatores que não podem ser desprezados, além da situação especial que o Amazonas vive em face dos ataques diretos promovidos pelo governo federal.
Em âmbito federal, cresce o ânimo com a alta de 1% no PIB do primeiro trimestre, puxado principalmente pela recuperação do setor de serviços, um dos mais abalados pela pandemia. No entanto, diversos fatores ameaçam a plena retomada do crescimento nacional. Um deles é a própria crise sanitária. É fato que os números de casos e de internações voltaram a crescer. Especialistas como o próprio secretário de saúde do Amazonas dão como certo advento de uma nova onda de covid. O que precisamos imediatamente é acabar com o clima de "acabou" e melhorar a cobertura vacinal contra o vírus. Outros fatores como inflação e juros em dois dígitos, queda na renda e desemprego ainda elevado atuam como limitadores para o crescimento.
No que diz respeito à Zona Franca, os próximos meses mostrarão os reais efeitos da perda de competitividade causadas no modelo pelas recentes mudanças no IPI. A primeira consequência deve ser o freio de mão em novos investimentos. As empresas com projetos industriais submetidos ao Conselho de Administração da Suframa (Codam) desenharam seus projetos com base nas antigas regras. A judicialização do IPI não deve impactar de imediato no volume de projetos em análise no CAS, mas certamente, influenciará de maneira decisiva a própria implementação dos novos empreendimentos. Se o quadro não for revertido, o passo seguinte será a saída de empresas já estabelecidas pelo simples fato de não ser mais vantajoso permanecer em Manaus.
Como o PIB amazonense está diretamente ligado ao desempenho da indústria, e razoável supor que os resultados da economia local não estarão alinhados com o crescimento esperado para a média da economia nacional. Fundamental é reverter a situação do IPI e proporcionar alguma estabilidade jurídica para a Zona Franca, algo que parece mais distante a cada novo ataque contra o modelo.
Fonte: Acritica