A folha de pagamento das indústrias da região cresceu em agosto. Segundo a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário, realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as indústrias do Norte e Centro-Oeste tiveram um aumento de 3,67% na média de valor de suas folhas de pagamento, incluindo horas extras,13º salário, aviso prévio e indenizações, comissões e participação nos lucros.

No acumulado do ano o crescimento é ainda maior, chegando a 4,34% de aumento real. Se levarmos em conta os últimos 12 meses o aumento chega a 6,66%. Segundo o presidente da Força Sindical do Amazonas e Subsecretário da Semtrad (Secretaria Municipal de Trabalho e Desenvolvimento Social) Vicente Filizzola o aumento é reflexo do constante aumento de greves e manifestações que andam ocorrendo. “É uma conquista dos trabalhadores através dos seus sindicatos, devido as greves e manifestações, para melhorar a situação do trabalhador. Há um ganho mínimo, mas há um ganho”.

Segundo os indicadores da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) a média mensal de salário no PIM é de R$ 1.772,37 em 2013, contra R$ 1.679,18 de 2012. Sendo que 50 mil dos 118 mil trabalhadores do PIM ganham entre R$ 678 e R$ 1.017. Filizzola afirma que apesar do crescimento observado esse ano não deve se repetir em 2014. “A política do salário mínimo é uma política boa, mas ano que vem haverá uma retração. O PIB esta muito baixo esse ano e o salário deve crescer muito pouco. Salário mínimo esta norteando a política salarial dos trabalhadores. Isso tem reflexo em todas categorias, mesmo as que ganham mais” ressaltou.

Empregos diminuem

Caminhando no sentido contrário o aumento de desemprego no PIM preocupa. Vicente Filizzola afirma que os trabalhadores e o Sine de Manaus (Sistema Nacional de Emprego) tem sentido essa retração. “A situação está bem complicada quanto aos empregos. Não temos expectativa de melhora, a situação não é boa. A tendência é se agravar” frisou.

Os números da Suframa revelam que a mão de obra efetiva do PIM sofreu redução de 1.477 no seu quadro apenas de julho para agosto de 2013. São 110.031 de mão de obra empregada em agosto contra 111.508 em julho. Nos números totais, incluindo mão de obra temporária e terceirizada a redução de quadro foi de 708 trabalhadores, 119.487 em julho contra 118.709 em agosto.

Na comparação com igual período do ano passado a redução total é ainda maior. Em agosto do ano passado o PIM tinha 121.083 trabalhadores incluindo mão de obra terceirizada e temporária. A redução é de 2.374 empregos. Comparado aos números finais de 2012 o deficit até aqui no polo industrial é de 714 empregos em 2013.

Participação das mulheres aumenta

Os dados da Suframa também revelam uma maior participação na mão de obra do sexo feminino no PIM. Apesar da redução de empregos no PIM, o número de mulheres empregadas cresceu em 1.599. As mulheres representam hoje 32,14% da mão de obra do polo, em agosto de 2012 elas representavam 30,19% do total.

O polo de duas rodas continua sendo o grande destaque negativo. A média de empregos no setor alcançou -7,35% em 2013, se comparado com o ano passado. O polo eletrônico, polo que mais emprega no PIM, com média de 51.414 de mão de obra em 2013, também sofreu uma breve redução de 0,81%.

Entre os setores que apresentaram crescimento o destaque fica para o mecânico com aumento de 6,91% na média de mão de obra, chegando a 9.220 trabalhadores e o setor de bebidas, que obteve o maior crescimento percentual, de 11,98%, chegando a 1.953 trabalhadores empregados.

Fonte: JCAM