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Fim de operações com Ásia afeta ZFM

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12/06/2014

Anunciada na última quarta-feira (10), o encerramento das operações de uma linha extra entre Ásia e Brasil por parte da Maersk, causará impactos em toda a cadeia produtiva do PIM (Polo Industrial de Manaus) e, consequentemente, na economia amazonense. Entre os problemas de maior impacto com a saída da transportadora está a possível majoração dos serviços devido à diminuição da concorrência no segmento. O motivo alegado pela Maersk Line –maior operadora mundial de transporte de contêineres por navio –é a queda na previsão do volume de comércio exterior brasileiro. Outro ponto que influiu na decisão é de que os navios estão saindo do país em média com 15% de ociosidade.

A notícia impacta pela disparidade entre os números da cabotagem (navegação ao longo da costa) e das operações de importação. A pouco mais de um mês, os executivos que realizam a cabotagem comemoravam um avanço de 18% no primeiro trimestre, em função da alta demanda de televisores e produtos eletrônicos que saíram da ZFM em direção ao Sul, Sudeste e Centro-Oeste por conta da Copa do Mundo. A Mercosul Line, braço da Maersk, chegou a registrar alta de 50%, muito diferente dos resultados das operações internacionais.

Alternativas para o setor

O principal impacto da retirada da linha extra que tinha capacidade para operar cerca de 350 mil contêineres de 20 pés ao ano e que suportaria 20% do mercado brasileiro, será visto nas importadoras de insumos para o PIM. Para o secretário da Setcam (Sindicato das Empresas de Agenciamento das Cargas e Logística do Transporte Aéreo e Rodoviário do Amazonas) Augusto Neto, a majoração dos serviços deve ser combatida. “A saída da Maersk representa um retrocesso para a ZFM, num momento tão importante que é a possível prorrogação. Não vejo alternativas para os importadores, a não ser utilizar as companhias que ficaram, mas a pouca concorrência pode majorar os serviços e o Setcam irá lutar contra isso, mas as prerrogativas de inibir e punir ficam com o Ministério Público. Espero que as companhias que restaram tenham consciência do dever social para com o Estado”, conta Neto.

A falta de alternativas é compartilhada pelo presidente do Cieam (Centro da Indústria do Amazonas), Wilson Périco, que enxerga na decisão da companhia, uma questão de mercado. A oneração dos serviços também foi citada pelo presidente. “Lamentamos a saída da Maersk e não entendemos os motivos, já que o volume de negócios gerados pela ZFM sempre será um atrativo. Esperamos que outra companhia se interesse em abocanhar as demandas que serão geradas, pois uma a menos no mercado, com certeza causará oneração”, fecha.

Reclamações antigas

Em novembro de 2013 os principais interessados no segmento de transporte no Brasil, divulgaram relatório realizado pela companhia e os dados coletados serviram para discutir as possíveis soluções para os problemas logísticos enfrentados no país. Um dos dados que mais chamou a atenção da empresa para a queda na atividade econômica do país foi a redução de 15% no volume de importação de máquinas, equipamentos e eletrônicos. Na época, o diretor comercial do Grupo Maersk, Mário Veraldo declarou: “Se este diálogo for concretizado, a Maersk então retomará os investimentos, visando o avanço no Brasil”.

Saída para o Pacífico

O que poderia baratear as operações de carga e descarga entre Ásia e Brasil, segundo Neto, seria o corredor fluvial e rodoviário que ligará Manaus ao porto de Manta, no Oeste equatoriano, sendo uma alternativa a rota que passa pelo Panamá, diminuindo distâncias e encurtando as viagens em até 15 dias. “É um dos maiores projetos de integração sul-americana e será de grande ajuda para o modal. Não só para as indústrias, com a chegada de insumos da Ásia, mas também para o setor primário com o escoamento de grãos”, ressalta o secretário.

Outros armadores que atracam seus navios em Manaus, importando e exportando são a MOL (Mitsui O. S. Lines), APL (American President Lines), MSC (Mediterranean Shipping Company), CMA (Compagnie Maritime d'afretament), Maersk Line and Humburg Sud, mais conhecida como Aliança. As rotas dos navios tem um tempo estimado entre 30 a 50 dias para Europa e entre 45 e 60 para a China (via porto do Panamá).

Fonte: JCAM

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