06/08/2018
Notícia publicada pelo Portal Em Tempo
O presidente da Federação das
Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM),
Antonio Silva, em pronunciamento nesta
sexta-feira ( 3), em reunião especial para
comemoração dos 58 anos da federação,
reafirmou que a instituição mantém-se
atuante em defesa dos interesses do setor
produtivo do Amazonas, atenta aos ataques
ao modelo Zona Franca de Manaus (ZFM).
Economia Brasileira
Como convidado especial, o gerente
executivo de Política Econômica da
Confederação Nacional da Indústria, Flávio
Castelo Branco, apresentou a palestra “A
encruzilhada da economia brasileira: o
momento atual e as perspectivas póseleições”,
com base em pesquisa divulgada
recentemente pela CNI, que mostra um
cenário econômico nada promissor para o
Brasil, com índice elevado de desemprego e
déficit fiscal crescente.
Isso, segundo ele, evidencia a falta de reformas prioritárias, como a Previdenciária, que poderia dar ao país um fôlego de R$ 4 bi para investimentos.
Tempo de incertezas
Castelo Branco mostrou as incertezas sobre os resultados das eleições e os rumos da política econômica do novo governo, associadas aos impactos da greve dos caminhoneiros e às mudanças do cenário internacional, comprometendo o desempenho da indústria e da economia brasileiras. Com isso, a CNI diminuiu as previsões para crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e o PIB Industrial.
Apesar dos aumentos de preços provocados pela greve dos caminhoneiros, a inflação continuará baixa, de acordo com o executivo. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechará o ano em 4,21%, abaixo do centro da meta de 4,5% fixado para este ano. Em abril, a previsão era de uma inflação de 3,7% neste ano.
Com a inflação sob controle, os juros básicos da economia fecharão o ano em 6,5% ao ano, acima dos 6,25% previstos em abril. O déficit fiscal elevado é um problema sério, que chega a R$ 500 milhões ou 600 milhões de reais acumulados desde 2014. O déficit fiscal e a dívida pública crescentes mostram que o próximo governo terá de fazer um grande esforço para equilibrar as contas.
“A reforma da Previdência é crucial para esse esforço, mas não é por si suficiente”, frisou o executivo.
CNI
A CNI destaca avanços realizados com as
reformas na área fiscal, com limites para os
gastos públicos, educacional, com a reforma
do ensino médio, trabalhista, com a
possibilidade da terceirização e exclusão de
acidentes de trajeto do cálculo do FAP (Fator
Acidentário de Prevenção), o que fez com que
as empresas contratassem mais e assim
impulsionassem as indústrias.
Alterações na Lei de informática
Em outra palestra, com o tema voltado à inovação na ZFM, o diretor de P&D e Relações Governamentais da empresa Positivo, José Goutier Rodrigues, falou sobre as alterações na Lei de Informática.
De acordo com Rodrigues, o Amazonas vai sofrer os reflexos dessas mudanças, com a principal perda de benefícios de IPI, fazendo com que as empresas percam o interesse em investir, ficando concentradas em São Paulo, base forte da indústria.
“Nosso interesse é isonomia, temos que ter benefícios igualitários para mantermos essa base industrial pujante que tem no Amazonas”, frisou Rodrigues.
Estiveram presentes na sede da Fieam, o deputado estadual Orlando Cidade, representando a Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (Faea), Muni Lourenço, o presidente da Associação Comercial do Amazonas (ACA), Ataliba Filho, e o representante da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias do Estado do Amazonas, Ricardo Miranda.