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FGV: Manifestações e Copa do Mundo influenciam confiança da indústria

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28/05/2014

O mau humor revelado com a queda de 5,1% no Índice de Confiança da Indústria (ICI) em maio deste ano, na comparação com abril, com ajuste sazonal, tende a influenciar o nível de atividade nos próximos meses. Além da desaceleração que já atinge a indústria, parte dessa queda de confiança pode ser resultante de questões pontuais, como o feito de paralisações de produção não só por conta das manifestações como também pelos feriados durante a Copa do Mundo.

“A queda de confiança tende influenciar o nível de atividade. Em junho, dificilmente haverá recuperação porque há uma programação de paralisação de fábricas. Ainda que as expectativas aumentem no mês que vem, a percepção sobre a situação atual não é boa”, diz Aloisio Campelo,  superintendente adjunto de ciclos econômicos da Fundação Getúlio Vargas (FGV). “É o impacto pontual relativo ao pré-Copa e também em relação ao período durante a Copa. As paralisações também geram uma desaceleração, e agora essa expectativa ficou mais intensa.”

Campelo considera difícil uma recuperação muito maior em julho. “O setor pode ter um desempenho melhor no terceiro trimestre em relação ao segundo. Pode ser que haja uma recuperação, mas não haverá uma onda de otimismo porque há o processo eleitoral e limites para a política monetária e fiscal”. Segundo ele, pode haver uma estabilização da confiança no patamar atual ou ligeira melhora em julho. “Mas isso ainda é uma incógnita. Há o componente de piora gradual das expectativas e percepção do nível de atividade, mas há o componente pontual relacionado à Copa”.

O economista destaca que houve queda nos índices de confiança em todos os ramos empresariais acompanhados pela FGV – além de indústria, serviços, comércio e construção – e também do consumidor. Ele destaca que em maio, houve um distanciamento maior de todos os índices em relação à média. E para todos eles, ressalta, a piora se deu mais no âmbito das expectativas do que na análise da situação atual.

Na indústria, por exemplo, o índice de situação atual ficou com distância de menos 2,2 em desvio-padrão em relação à média. O índice de situação atual ficou com distância maior, de menos 3,3 em desvio-padrão em relação à média. Essa queda de confiança generalizada, diz Campelo, reflete desaquecimento gradual da economia em todos esses setores, que cresceram mais entre 2005 e 2010, mas que passaram a desacelerar desde então, com maior ou menor intensidade.

ICI


O Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 5,1% em maio de 2014, na comparação com abril, com ajuste sazonal. A taxa foi resultado tanto da deterioração do Índice de Situação Atual (ISA), que recuou 5,1%, na mesma comparação, para 92,3 pontos, quanto da queda de 5% no Índice de Expectativas (IE), que ficou em 89,2 pontos.

Na situação atual, o maior impacto veio da avaliação das empresas sobre o nível de demanda, tanto interna quanto externa. O indicador do nível de demanda interna recuou 5,4%, para 90,2 pontos,  enquanto do nível de demanda externa caiu 6%, para 78 pontos, sempre na passagem de abril para maio, com ajuste sazonal.  O indicador do nível de demanda total recuou 7% em maio. Com esse desempenho o indicador ficou no menor nível desde abril de 2009, quando atingiu 80,5 pontos.

No índice de expectativas, pelo quarto mês consecutivo, o indicador sobre as expectativas com a produção no curto prazo (considerando os próximos três meses) foi o que mais contribuiu com o recuo do índice. O indicador recuou 7% entre abril e maio, com 107,1 pontos, atingindo o menor nível desde fevereiro do ano passado, quando o índice foi de 100,3 pontos.

A queda do índice de confiança também refletiu a disseminação do mau humor da indústria. Em maio, houve queda de confiança em 11 dos 14 setores pesquisados.  É o terceiro mês consecutivo em que mais de 10 setores registram queda de confiança. A última vez em que mais de 60% dos setores pesquisados apresentaram queda no nível de confiança por três meses seguidos foi no segundo semestre de 2008, numa série que se iniciou em setembro e foi até dezembro.

Fonte: Valor Econômico

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