24/07/2015
De acordo com o presidente do Sinmen, as férias atingiram 80% dos empregados do segmento, que enfrenta a desaceleração das linhas. "As medidas econômicas tomadas fizeram o consumidor pisar no freio. Acreditamos que isso deve durar, pelo menos, um ano para se normalizar e a nossa estimativa é fechar a produção em queda de 10%", informou.
Segundo Félix, praticamente todo o setor de Duas Rodas já retornou ao trabalhos, incluindo as empresas fornecedoras de insumos e o momento agora é de espera para analisar como a produção vai se comportar.
"Com exceção dos setores de manutenção e escritório, é comum essa parada para revisar máquinas e a produção. As empresas aproveitaram (esse momento) e deram uma semana a mais de férias", disse.
De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Manaus (Sindmetal), as fábricas deram férias coletivas a, aproximadamente, 35 mil trabalhadores nos meses de junho e julho deste ano. Ao todo, 20 empresas, a maioria de Duas Rodas, liberou os trabalhadores no período.
Negociações
Representantes dos trabalhadores dos segmentos de Duas Rodas, Eletrônico e Meios Magnéticos se reuniram com o Sindmetal na tarde desta quinta-feira para as negociações da data base das categorias. O objetivo é tentar chegar a um acordo para a proposta de reajuste de 16% feita pelos trabalhadores e outras questões sociais da convenção coletiva.
O primeiro setor a receber o Sindmetal foi o Eletroeletrônico, que apresentou o pleito da categoria ao Sindicato da Indústria de Aparelhos Eletroeletrônicos de Manaus (Sinaees) e já marcou uma próxima reunião na semana que vem.
O primeiro encontro entre trabalhadores e patrões do setor de Duas Rodas está marcado para a próxima segunda-feira. "Neste primeiro momento, estamos em negociações das cláusulas sociais da convenção coletiva e vamos deixar o reajuste salarial para discutir por último", informou o presidente do Sindmetal, Valdemir Santana.
O reajuste de 16% contempla perdas inflacionárias de 9%, mais 3% de produtividade e 4% de ganho real. O Sindmetal também propõe o custeio de 90% dos medicamentos pelas empresas, além do pagamento de 90% da faculdade e seis meses de licença-maternidade para as trabalhadoras.
Indústria local perde 7,3 mil postos e faturamento cai 29%
O Polo Industrial de Manaus (PIM) perdeu 7,3 mil empregos, com 24,5 mil demissões e 17,1 mil contratações, de janeiro a maio, o que resultou na média mensal de 113,3 mil trabalhadores, o menor volume desde 2010, neste intervalo. Os dados são dos Indicadores Industriais da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), divulgados nesta quinta-feira, que apontaram retração de 29% no faturamento em dólar (US$ 15,3 bilhões) e de 9,81% na moeda brasileira, ao totalizar R$ 31,9 bilhões.
Em maio, a média da mão de obra empregada foi de 107,1 mil trabalhadores, queda de 12,3% em relação a igual mês do ano passado e o menor resultado desde agosto de 2010, quando fechou em 106 mil empregados. Em 2015, foi a quinta redução consecutiva. Em janeiro, a média estava em 117 mil, apontam os dados da Suframa.
Com a retração dos pedidos do comércio, a indústria reduziu a produção das principais linhas, cortou os turnos e demitiu trabalhadores. De acordo com o superintendente em exercício da Suframa, Gustavo Igrejas, o desempenho do parque fabril de Manaus é impactado pela conjuntura econômica nacional, pois o Brasil consome mais de 90% da produção do PIM.
O Polo Eletroeletrônico, que responde por 29,3% do faturamento da indústria, registrou queda de 39,7% no faturamento em dólar, nos cinco primeiros meses do ano, ao totalizar US$ 3,2 bilhões (R$ 9,36 bi). O Polo de Duas Rodas , que representa 17,6% do PIM, reduziu o faturamento em 24,9%, ao somar US$ 168,7 milhões (R$ 1,92 bi), seguido de Bens de Informática (17,3%), com queda nas vendas de 29,2%, equivalente a US$ 1,89 bilhões (R$ 5,55 bi).
As linhas de televisores, motocicletas, celulares e computadores esfriaram a produção e contribuíram para o fraco desempenho. Nos cinco meses do ano, foram produzidas 32,4% a menos de TVs de LCD. A produção de motos caiu 28%, ao somar 579 mil veículos. As fábricas entregaram 64,3% a menos nas linhas de microcomputadores portáteis e queda de 24,6% na produção de telefones celulares, com 7,35 milhões de aparelhos.
Fonte: Portal D24am.com