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Faturamento do setor naval cai 29,58%

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17/10/2014

Nos meses de janeiro a agosto o setor naval apresentou queda no faturamento de 29,58% com a arrecadação de mais de R$ 85,6 milhões. Enquanto no mesmo período, em 2013, esse índice foi acima de R$ 121,6 milhões, conforme os dados dos Indicadores de Desempenho do Polo Industrial de Manaus. Para o Sindnaval, o resultado negativo é atribuído a fatores como a retenção de recursos, devido ao período eleitoral; e ainda à cheia dos rios que acarreta na falta de espaço para o desenvolvimento dos trabalhos nos estaleiros.

O presidente do Sindnaval (Sindicato da Indústria da Construção Naval, Náutica, Offshore e Reparos do Amazonas), Matheus Araújo, afirma que 38% dos projetos apresentados ao Ministério dos Transportes é de origem amazonense. Essa porcentagem representa um valor estimado em cerca de R$ 820 milhões. Porém, ele destaca que essas propostas aguardam um posicionamento do FMM (Fundo da Marinha Mercante) – de natureza contábil destinado a prover recursos para o desenvolvimento da Marinha Mercante e da indústria de construção naval, sob administração do Ministério dos Transportes.

Araújo considera que a redução dos investimentos é resultante do período político. Ele acredita que a situação deve melhorar após o segundo turno das eleições e que até os projetos do Amazonas devem receber respostas positivas quanto à aprovação e acesso a financiamentos. “Os fatores retração, momento político e a enchente ocasionaram esse baixo desempenho do segmento no Estado. Devido a cheia muitos projetos deixaram de ser executados por falta de espaço. As consequências são sérias”, destaca.

De acordo com o presidente, o principal gargalo que o setor naval enfrenta é a dificuldade de acesso aos financiamentos. Ele conta que as empresas bancárias oferecem uma diversidade de linhas de crédito. Porém, as exigências documentais são tantas que dificilmente o empresário consegue apresentar todos os recursos solicitados. O Sindnaval trabalha junto ao Sebrae-AM para formalizar as empresas da construção civil, principalmente as de pequeno porte, com o intuito de diminuir a informalização. “As linhas de financiamento existem mas é difícil alguém ter acesso. Queremos diminuir o índice da informalidade e que todos atendam às exigências dos bancos”.

Outro problema destacado por Araújo foi a necessidade de implantações de políticas públicas direcionadas ao polo naval local. Para ele, o apoio do governo do Estado é fundamental para o processo de desenvolvimento do setor. O presidente informa que a última gestão governamental aceitou um projeto para o polo naval entregue pelo sindicato. O documento tramitou na Seplan (Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico), onde passou por uma fase de estudos. E agora, está a cargo do MPE-AM (Ministério Público do Estado), que embargou o documento por conta de detalhes técnicos que já estão sendo corrigidos. “O atual governo já tem conhecimento desse projeto e mostra interesse em dar continuidade a esse trabalho”, disse.

Luta

Matheus Araújo ainda disse que um dos fatores que também atrapalham o desenvolvimento do polo naval no Amazonas é a falta de um representante local no CDFMM (Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante). O Sindnaval busca uma cadeira em meio ao conselho desde o ano passado. Esse representante terá a missão de defender a aprovação dos projetos amazonenses. “A indústria naval do Amazonas não tem voz nesse conselho. Ficamos à mercê do que eles decidem nas reuniões”, reclama.

Araújo conta que no banco Basa o cliente consegue a aprovação de financiamentos no valor de até R$ 500 mil e que acima desse valor a proposta é avaliada pela matriz do banco, que fica em Belém, no Pará. “Queremos mudar esse conceito. Manaus tem o sexto PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro e não temos direito a assistência de um projeto na cidade?”, indaga. “Queremos ter representação tanto no CDFMM quanto no Basa” completou.

Fonte: JCAM

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