05/01/2015
A diminuição da capacidade de absorção de mão de obra das empresas do PIM, processos produtivos cada vez mais automatizados, além do decréscimo na dinâmica de investimentos são alguns dos fatores que influenciam o baixo crescimento salarial, avalia o professor de economia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), José Alberto da Costa Machado. “Se analisarmos o faturamento do PIM, com ajuste da inflação, vemos que o aumento não é tão grande nos últimos anos, o que impacta também no crescimento dos salários dos trabalhadores”, destaca o economista. Para Machado, há uma estagnação na capacidade de absorção de mão de obra há alguns anos, em Manaus, no teto de 120 mil trabalhadores.
A média mensal de trabalhadores do PIM passou de 91,7 mil em 2009 para 122,4 mil cinco anos depois, incluindo terceirizados e temporários. Em compensação, a média salarial que era de US$ 1,4 mil (R$ 2,9 mil) em 2009, aumentou para US$ 1,7 mil (R$ 4 mil) em 2014, 18,7% de aumento em cinco anos.
Já o faturamento das empresas que chegou a US$ 31 bilhões (R$ 71,7 bi), no acumulado de janeiro a outubro de 2014, era de US$ 20,6 bilhões (R$ 41,2 bi) no mesmo período de 2009, 50,8% maior em cinco anos. As empresas do PIM gastam em média 6,48% do faturamento com a folha de pagamento, há cinco anos a participação dessa despesa, incluindo encargos e benefícios sociais, era de 5,8%.
O Polo Eletroeletrônico possui a maior fatia do faturamento do PIM, 33,2%, seguido pelo de Duas Rodas, com 18,7%, Bens de Informática (13,5%) e Químico com 12,3% do faturamento total. O salário médio pago pelo setor eletroeletrônico, incluindo bens de informática, é um dos menores do PIM, US$ 761,14 (R$ 1,7 mil).
A maior média salarial do PIM é paga pelo Polo Químico, US$ 1,3 mil (R$ 3 mil), um aumento de 8% em relação ao que era pago em 2009, quando os trabalhadores desse polo recebiam US$ 1,2 mil (R$ 2,3 mil), em média. Já o Polo de Duas Rodas pagava, há cinco anos, US$ 926,77 (R$ 1,8 mil), 29,5% acima da média de 2014, US$ 1,2 mil (R$ 2,7 mil). Em terceiro aparece o setor de isqueiros, canetas e barbeadores descartáveis com salário médio de US$ 1,2 mil (R$ 2,6 mil), 4,6% abaixo de 2009, US$ 1,1 mil (R$ 2,3 mil).
Evolução salarial
Segundo os indicadores da Suframa, a base de trabalhadores que ganham até dois salários mínimos cresceu 61% em cinco anos, já o número de funcionários que recebem acima de dez salários diminuiu 8,5% no mesmo período. Em 2009, 45,7 mil trabalhadores ganhavam até dois salários mínimos, cinco anos depois são 73,6 mil. Enquanto os trabalhadores que recebiam acima de dez salários eram 3,6 mil em 2009, 315 a mais que a base de 2014, 3,3 mil.
Como cenário de aperto econômico, as empresas seguram os salários e aumentam a rotatividade de trabalhadores, avalia Machado. “As empresas perderam mercado, rentabilidade e aquele dinamismo que tinham e, por isso, estão segurando mais os custos, especialmente as que empregam mais, como o Polo de Duas Rodas”, avalia o economista.
Fonte: Portal D24am.com