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Faturamento das autopeças crescerá 14,3% este ano

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29/08/2018

Notícia publicada pelo site Automotive Business

O setor de autopeças fechará 2018 com alta de 14,3% no faturamento. Além disso, os fabricantes vão ampliar seus investimentos em 29,2% e já preveem novo acréscimo para 2019, nesse caso de 8,4%. As projeções foram divulgadas por Flavio Del Soldato, assessor da presidência do Sindipeças, entidade que reúne fabricantes de componentes automotivos. O executivo foi um dos palestrantes do Workshop Planejamento Automotivo 2019, realizado por Automotive Business na segunda-feira, 27, em São Paulo.

Del Soldato recorda que estes são os dados mais atuais disponíveis (consolidados sexta-feira, 24 de agosto), mas uma nova análise do mercado será anunciada em setembro. A tendência positiva deve se manter, mesmo com a incógnita representada pelas eleições.

O assessor da presidência do Sindipeças recorda que a balança comercial do setor permanece negativa. Deve fechar o ano com déficit de US$ 6,68 bilhões, valor 25,1% mais alto que o registrado em 2017. Para Del Soldato, o déficit acentuado “faz parte do jogo” por ser consequência da modernização dos veículos.

“O Brasil não possui mais carros que ficam vários anos à venda no mercado”, recorda o assessor do Sindipeças.



Os números relacionados à produção também animam o Sindipeças, que prevê a indústria superando a marca de 3 milhões de autoveículos até o fim de 2018, o que representa aumento de 12% em relação a 2017. Ainda segundo a entidade, mais de 3,7 milhões de unidades serão fabricadas em 2023. Apesar do crescimento, o executivo lembra que esse total é o mesmo produzido em 2013.

“Foram as exportações que permitiram à indústria manter os bons resultados nos últimos anos”, afirmou Del Soldato, enquanto exibia os números relativos ao setor. O executivo, porém, lembrou da preocupação com a situação econômica da Argentina, que enfrenta problemas e é o principal destino dos veículos exportados pelo Brasil.

No período de 2016 a 2017 as exportações de veículos registraram crescimento de 48,3%, mas na comparação de janeiro a julho de 2018 com o mesmo período do ano passado houve queda de 2,8%.

Ao falar sobre as possibilidades do setor de autopeças diante do cenário de mudanças, Del Soldato citou uma série de problemas – insegurança jurídica (especialmente nas áreas trabalhista, tributária e ambiental), carga tributária, juro real, logística, burocracia, insegurança física e patrimonial e o despreparo educacional – que, segundo ele, são comuns a diversos setores no Brasil.

A necessidade de se adequar e fechar acordos comerciais com outros mercados também foi lembrada pelo executivo, que explicou: “Concordamos com o fim das tarifas protecionistas, mas pedimos que haja um período de carência para que possamos implantar isso. Sugerimos um prazo de 15 anos, mas os países europeus estão reticentes”, diz Del Soldato.

Inserir o setor automotivo no Mercosul, providenciar os ajustes necessários nas regras de origem com os países do Mercosul e o México e providenciar acordos com Canadá, Japão, Coreia do Sul e outros países relevantes são outras possibilidades apontadas pelo executivo do Sindipeças. Tudo isso, porém, vai depender do resultado das próximas eleições.

Mesmo com essas dificuldades, Del Soldato lembra que cabe às empresas o papel principal para aproveitar as oportunidades de crescimento nos próximos anos. “Não adianta mais somente falar no Refis, é preciso ser competitivo”, afirmou (Refis é o mecanismo para regularização de créditos decorrentes de débitos relativos a tributos e contribuições).

Para isso, ainda de acordo com Flavio Del Soldato, o programa Rota 2030 fornece suporte, com regras sobre emissões, segurança e eficiência energética, apoio para desenvolvimento tecnológico, inovação e qualidade dos veículos (incluindo caminhões, ônibus e autopeças), preocupação com o desenvolvimento da cadeia de fornecedores, incentivo para pesquisa e desenvolvimento na cadeia de fornecedores, entre outros aspectos.

“Após um período no qual o termo ‘resiliência’ foi o mais utilizado no setor, acredito que ‘competitividade’ será a palavra-chave para os próximos anos”, conclui o executivo do Sindipeças.

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