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Falta credibilidade para gerar emprego

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29/11/2016

A falta de credibilidade do presidente da república, Michel Temer, pode ser uma das causas que geraram o crescimento do desemprego no Amazonas. A afirmação foi feita pelo consultor econômico Ailson Nogueira Rezende.

De acordo com o economista, o alto índice do desemprego na região, que este ano já alcançou 240 mil, segundo IBGE, se deu por vários fatores que vão desde a falta de investimento do governo do Estado, até o descaso do governo federal com o PIM. "A verdade é que o Polo ainda não conseguiu se recuperar da crise econômica que o nosso país vem enfrentando. E mesmo com a mudança de governo, o presidente Temer não tem dado a credibilidade para a situação do desemprego no país. E aqui no Amazonas, o governador José Melo não tem como contornar a situação do desemprego no Estado", disse ele.

Rezende ressaltou ainda, sobre a demora na publicação dos Decretos após aprovação dos projetos apresentados a cada dois meses pelas empresas do Distrito Industrial ao governo do Estado. "Se os Decretos não são publicados, os investimentos não são repassados às empresas, consequentemente elas não contratam e acabam demitindo aquele pessoal que não conseguem manter. É como uma cascata de dominó. Por isso, esse desemprego desordenado, que parece não ter fim", afirma o economista.

Já para o especialista na área financeira, o economista Alex Del Giglio, o desemprego na região só acontece por um fator exógeno, ou seja, fatores externos. "Por conta da crise, as pessoas preferem comprar produtos não duráveis, como bebidas e alimentos, do que produtos duráveis, como geladeiras e TVs de LED, que são produzidos na nossa indústria. Por sua vez, cai a venda e o comércio, gerando assim, o alto índice de desemprego e a diminuição da renda mensal do trabalhador brasileiro", afirma Alex.

Sentir na pele

E para corroborar a análise do economista Alex Del Giglio, o pai de três filhos e desempregado há um ano e meio, o Técnico em Contabilidade, Paulo Fernando de Oliveira, disse que o motivo do fechamento da empresa na qual trabalhava, Oriente Importação e Exportação Ltda, foi a queda nas vendas dos produtos duráveis -vasos, artigos de decoração, tapetes e porcelanas - que a mesma revendia. "A empresa fechou as portas porque os produtos que eram importados da China não estavam mais saindo. A crise veio e deixou os donos sem vender seus produtos e consequentemente, sem nos pagar, demitindo 15 funcionários", lembra ele.

Paulo conta que, após um ano, a empresa ainda não indenizou os funcionários demitidos. "Por conta disso, tenho que ficar fazendo bicos para sustentar a minha família, porque não tem emprego. E todos tiveram que exigir seus diretos perante a justiça, que nada fez até agora", salienta ele.

Dados do Amazonas

Na semana passada, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou o resultado da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) referente ao 3º trimestre de 2016 para as grandes regiões, capitais e Regiões Metropolitanas.

No Amazonas, a taxa de desocupação no terceiro trimestre de 2016 foi de 13,6%, o que representou um pequeno aumento em relação ao trimestre anterior que havia sido de 13,2%; com isso, o número de pessoas sem trabalho em todo Estado alcançou 240 mil. Situação que a cada trimestre vem aumentando em função das demissões e da entrada de novas pessoas na força de trabalho.

Já na RMM (Região Metropolitana de Manaus), a taxa de desocupação alcançou 15,9% no terceiro trimestre elevando o número de pessoas desocupadas para 191 mil. No município de Manaus a mesma taxa foi de 16,8% com 178 mil desocupados. Além dos inúmeros indicadores lançados, foram apresentados ainda novos dados referentes à subocupação por insuficiência de horas trabalhadas, desocupados e força de trabalho potencial; que formam um grande indicador denominado subutilização da força de trabalho.

Idade de trabalho

Por outro lado, o nível de ocupação que é representado pelo número de pessoas ocupadas em relação às pessoas em idade de trabalhar, vem caindo a cada trimestre, acumulando queda de -1,3% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

A cada trimestre aumenta o número de pessoas em idade de trabalhar, que são aquelas com 14 anos ou mais de idade. Isso ocorre principalmente pela inserção das pessoas na faixa de idade pressionada pelo maior número de nascimentos em relação aos óbitos. Na comparação com o terceiro trimestre de 2015, o número de pessoas em idade de trabalhar aumentou em 1,6% ou 45 mil pessoas no Estado.

A Pnad Contínua destaca que no terceiro trimestre de 2016 houve diminuição do número de pessoas ocupadas em -2,2% em relação ao trimestre anterior, representando uma redução de 34 mil pessoas. Já na comparação com igual trimestre de 2015, este indicador, teve uma redução de -0,8% o que representou menos 13 mil pessoas ocupadas.

O indicador população desocupada, pressionado pelas demissões e também por aqueles que entram no mercado teve aumento de 39,3% na comparação com o terceiro trimestre do ano passado.

Rendimento Médio

Considerando o rendimento médio habitual pela posição na ocupação; a Pnad Contínua apurou que os empregadores possuem a melhor remuneração com R$4.821,00 mensais. Vindo em seguida os empregados do setor público com R$2.809,00. Os trabalhadores domésticos e os conta própria são os que possuem as piores médias (R$696,00 e R$887,00 respectivamente). Os empregados do setor privado foram aqueles que tiveram os maiores valores de queda dos seus rendimentos (-R$253,00) em um ano. Empregador foi a posição que teve maior aumento de rendimento (R$142,00).

Quanto aos rendimentos, agricultura e serviços domésticos continuam sendo as atividades que pior remuneram seus trabalhadores (R$537,00 e R$696,00). Por outro lado, administração pública e informação e comunicação são aquelas atividades que melhor remuneram seus colaboradores (R$2.686,00 e R$2.144,00 de média salarial, respectivamente).

Percentualmente, em um ano, foram os trabalhadores de transporte e armazenagem que tiveram as maiores perdas (-30,5%); no mesmo sentido alojamento e alimentação reduziu sua média salarial em -20,8%. Já considerando as perdas em valores monetários, os trabalhadores de transporte, armazenagem e correios lideraram as perdas com -R$527,00 em um ano; seguidos de alojamento e alimentação com -R$276,00.

Analisando o rendimento médio das atividades, verifica-se que todas tiveram queda na comparação com igual período de 2015.

Região Metropolitana de Manaus

Na Região Metropolitana de Manaus, o número de pessoas em idade de trabalhar no 3º trimestre de 2016 (1 milhão e 858 mil) apresentou aumento em relação a abr-maio-jun/2016 (1 milhão e 850 mil) e em relação a jul-ago-set/2015 (1 milhão e 811 mil). Apesar disso, houve diminuição do número de pessoas na força de trabalho no 3º trimestre de 2016 (1 milhão e 203 mil) em relação ao trimestre anterior (1 milhão e 220 mil) e aumento em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (1 milhão e 125 mil).

Apesar disso, o nível de ocupação do 3º trimestre de 2016 foi de 54,4% o que representa 1 milhão e 110 mil pessoas ocupadas. Esse trimestre apresentou queda em relação aos dados do trimestre anterior (1 milhão e 22 mil) e aumento em relação aos dados de mesmo período do ano anterior (998 mil).

A taxa de desocupação do 3º trimestre de 2016 (jul-ago-set/2016) para a Região Metropolitana de Manaus foi 15,9% o que representa cerca de 191 mil pessoas desocupadas. Em comparação ao trimestre anterior (abr-maio-jun/2016), que apresentou taxa de desocupação de 16,2%, o 3º trimestre apresentou queda. Por sua vez, em comparação ao trimestre do ano anterior (jul-ago-set/2015) que apresentou taxa de desocupação de 11,2%, o número de pessoas desocupadas foi maior no 3º trimestre.

Na Região Metropolitana de Manaus, há cerca de 69 mil pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e 61 mil pessoas na força de trabalho potencial.

Fonte: JCAM

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