13/07/2016
O fraco desempenho do primeiro semestre obrigou as montadoras de motos em Manaus a revisar para baixo as projeções pela segunda vez no ano. Pelos novos números, o País deve produzir até o fim do ano menos de 1,1 milhão de unidades, praticamente a metade daquilo que o setor atingiu cinco anos atrás, em 2011, quando 2,1 milhão de motocicletas foram fabricadas.
Com a atualização das projeções, os emplacamentos devem ficar pouco acima de 1 milhão de motocicletas, resultando em queda de 16,7% em relação a 2015. Os dados foram divulgados pela Abraciclo, entidade que reúne os fabricantes de motos e bicicletas instalados em Manaus.
Na comparação com o recorde de 2011, quando mais de 1,94 milhão de motos foram licenciadas no Brasil, a queda também é próxima dos 50%. A Abraciclo atribui o baixo volume atual à insegurança que ronda o consumidor: “O fluxo nas lojas diminuiu por causa das incertezas o comprador enfrenta”, afirma o presidente da entidade, Marcos Fermanian. O problema se soma à pequena taxa de aprovação das propostas de financiamento, que oscila hoje entre 15% e 20%.
Como consequência, o consórcio superou o Crédito Direto ao Consumidor (CDC) como principal modalidade de compra e detém 35% das entregas totais (ante 32,6% do CDC). No primeiro semestre de 2015 as duas modalidades tinham o mesmo peso.
Números do primeiro semestre
De janeiro a junho as fabricantes instaladas em Manaus montaram 464,3 mil unidades, volume 33,4% menor que o registrado no mesmo período do ano passado. As vendas no atacado, feitas das fábricas à rede, somaram 452,4 mil motos, anotando retração de 31,4%.
Nos emplacamentos, a Abraciclo informa um total de 469,6 mil unidades no primeiro semestre, registrando queda de 26,8% em relação aos seis meses de 2015. A retração é bem maior que os 14,8% divulgados pela Fenabrave, em que o emplacamento não desconta os 77,5 mil ciclomotores com mais de um ano de uso licenciados desde o começo do ano.
As exportações no primeiro semestre totalizaram 31,1 mil motos e registraram crescimento de 70,7%, “mas sobre uma base muito fraca, por causa das dificuldades com a Argentina no ano passado; até o fim deste ano teremos um total muito próximo ao de 2015”, diz Fermanian, referindo-se à projeção de embarque de 70 mil unidades em 2016.
Além da Argentina, o Brasil envia motocicletas para Colômbia, Austrália, Estados Unidos, México, Canadá, Costa Rica, Bolívia, Guatemala e Nova Zelândia.
Fonte: Automotive Business