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Fabricantes olham para o mercado externo

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09/12/2015

A exportação brasileira de bicicletas é “irrisória”, de acordo com o vice-presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), Eduardo Musa. Foram exportadas 3 mil unidades de janeiro a novembro deste ano, sendo que a produção nacional chegou a 3,6 milhões, e as importações, a 245 mil.

Isso não quer dizer, porém, que a indústria está de olhos fechados para o mercado externo, especialmente com a forte valorização do dólar frente ao real desde o final do ano passado. “Estamos olhando para as exportações e podemos utilizar nossa capacidade instalada para abrir novos mercados”, destacou o executivo.

O problema é que no caso das bicicletas o dólar valorizado é uma faca de dois gumes. Se por um lado isso em geral torna os produtos brasileiros mais baratos lá fora, por outro o setor utiliza grande volume de peças importadas, que, pelo mesmo motivo, estão mais caras no mercado interno, o que anula a vantagem cambial. Além disso, os maiores exportadores mundiais são a China e outros países da Ásia, que têm enorme escala de produção e preços competitivos.

 Musa acredita que o Brasil tem condições de vender mais, principalmente para os mercados dos Estados Unidos, Europa e América Latina, mas para tanto precisa avançar no desenvolvimento de uma cadeia nacional de suprimento que envolva todos os elos da produção.

É isso que as empresas instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM), no Amazonas, querem fazer. Para tanto, é preciso convencer outros fabricantes espalhados pelo País a passar a produzir também na capital amazonense, aumentando a escala local de produção e, com isso, incentivar as indústrias de peças, nacionais e importadas, a fazer o mesmo, criando um “cluster”, ou arranjo produtivo, das magrelas.

“Nosso sonho é trazer não só as montadoras, mas toda a cadeia de peças, usando o exemplo dos nossos colegas das motos”, afirmou Musa, referindo-se à indústria de motocicletas, que é bastante forte na Zona Franca de Manaus. Isso ajudaria não só nas exportações, mas também no mercado interno, pois, segundo o executivo, o setor foi obrigado a repassar ao consumidor brasileiro o aumento de custos com peças importadas decorrente da valorização do dólar.

De acordo com o diretor-executivo da Abraciclo, José Eduardo Gonçalves, a ideia é transformar Manaus no maior polo de produção de bicicletas fora do Sudeste Asiático.

Além da Caloi, que em 2013 foi adquirida pelo grupo canadense Dorel, outras empresas passaram a produzir recentemente no Amazonas: a Houston, do Piauí, a Sense, de Belo Horizonte, e a Isapa, de São Paulo. “Nós esperamos que no médio prazo o Polo Industrial de Manaus seja cada vez mais importante para as bicicletas”, observou o empresário Isacco Douek, do grupo Isapa, cuja fábrica no PIM tem capacidade para produzir 240 mil unidades por ano.

Estas companhias, segundo Musa, trabalham com dez marcas no total, respondem por 40% do mercado brasileiro e 45% da produção nacional, dentro e fora de Manaus.

Além das bicicletas tradicionais, a Sense produz modelos elétricos e, segundo o diretor da empresa, Henrique Ribeiro, este é um nicho de mercado que também tende a crescer. “São vendidas mais de um milhão de bicicletas elétricas na Europa por ano e eu espero que o Brasil vá também nesse sentido”, declarou. A fábrica da companhia no PIM tem capacidade para 150 mil unidades anuais.

De acordo com Musa, fora as montadoras, há interesse por parte de fornecedores de componentes em se instalar no polo, mas este é um movimento ainda a ser consolidado para que haja um “adensamento” da cadeia produtiva no local. “É algo para médio ou longo prazo”, concluiu.

Fonte: Agência de Notícias Brasil-Árabe

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