27/01/2014
O diretor-executivo do sindicato, Sidney Oliveira, explicou que os pátios das montadoras em Manaus estão lotados, fator responsável por estimular ainda no início do ano, a “onda” de demissões nas fábricas do setor. Segundo ele, a Honda, maior fabricante de motos do país, vem demitindo, em média, 60 funcionários toda semana, desde a segunda metade de dezembro. De acordo com a conta do sindicalista, são, no mínimo, 360 desligamentos até o momento.
Dados do sindicato apontam que outras representantes do polo de Duas Rodas também adotaram o mesmo comportamento, no princípio de 2014. Para evitar ficar no “vermelho”, a Yamaha e a Dafra dispensaram, juntas, 840 funcionários em um mês, contados até o último dia 16.
Segundo o diretor-executivo, o aperto do crédito e a retração na liberação de financiamentos nas concessionárias respondem pelo resultado negativo da produção de motocicletas no parque fabril amazonense. Como resultado, a produção dos novos modelos para 2014 acabou encalhando por falta de demanda do sudeste brasileiro, principal mercado consumidor.
Ele salientou que o governo tem pressionado os bancos a baixarem os juros, mas reforçou que sem a liberação dos financiamentos, a ação isolada não resolve o problema. “A Honda, por exemplo, tem pelo menos 50 mil motos nos pátios das concessionárias locais. Então, entendemos que não há como manter funcionários, se não houver demanda. Esse corte é necessário para evitar algo pior”, alarmou.
Em nota, a Honda limitou-se a informar que opera atualmente com um quadro de funcionários superior ao do mesmo período de 2013 e que em função do cenário de crédito mais seletivo, eventuais desligamentos voluntários serão repostos em momento oportuno.
Recuperação
Apesar dos cortes, a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) projetou recuperação. Segundo a entidade, a venda de motocicletas cresceu 2,1% já na primeira quinzena (10 dias úteis) de janeiro, ante o mesmo período de 2013.
Nesse intervalo foram emplacadas 62,8 mil modelos, conforme os dados do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam).Outro dado positivo, conforme a associação, foi a média diária de vendas nos dez dias úteis do período analisado, quando foram comercializadas 6.289 motocicletas por dia útil.
Durante a divulgação do balanço do setor de duas rodas, em dezembro do ano passado, o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, disse aguardar por um ano mais estável, porém sem grandes mudanças. “A proximidade da Copa do Mundo é ruim para os negócios e fará os consumidores postergarem a decisão de compra”, ponderou.
Fonte: Amazonas Em Tempo