12/09/2013
Exportações do Polo Industrial de Manaus somam US$ 473 milhões
As exportações do Polo Industrial de Manaus (PIM) mantiveram-se fracas em julho, em relação às importações. Enquanto as vendas ao exterior tiveram pequena alta de 3,35% de janeiro a julho, a aquisição de mercadorias junto ao mercado internacional experimentou forte alta no mesmo período: 8,8%.
A análise é do economista Jose Laredo, da Controle Consultoria e mostra que hoje, as exportações representam apenas 6,85% das importações. Em 2010, representavam 11,3%. Neste ano, as importações realizadas pelas fábricas da Zona Franca de Manaus já superaram todo o volume negociado em 2012. Os dados divulgados nesta semana pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) mostram que, de janeiro a julho, as compras no mercado internacional somaram US$ 6,9 bilhões. As importações totais do ano passado foram de US$ 6,3 bilhões.
As exportações do PIM, por outro lado, totalizaram US$ 473,1 milhões até julho, também superando o total de 2012 (US$ 457,8 milhões), mas sinalizando que deve manter o ritmo lento de crescimento. Jose Laredo explica que esse panorama de destaque para as importações frente às exportações minguadas deve permanecer inalterado devido a uma série de fatores, como a pujança do mercado interno, os custos adicionais inerentes às exportações, e ausência de legislação impositiva e eficazes para estimular as vendas externas, entre outros.
Vale ressaltar que, o fato de ter importações muito mais fortes em relação às exportações não torna a Zona Franca de Manaus uma vilã da balança comercial brasileira, estimulando deficit. O presidente do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), Wilson Périco, afirma que é preciso considerar o valor agregado localmente. “Sem isso, os produtos seriam importados em sua integralidade. Aí sim, haveria um impacto negativo”, afirma o dirigente. Ele também destaca a arrecadação tributária gerada pelo modelo, que compensa diferenças na balança. “E há a principal contribuição da Zona Franca, que é a preservação da floresta, um valor intangível”, argumenta.
Segundo Laredo, a preferência pela venda no mercado interno é um fato natural considerando-se que a exportação implica em maiores cuidados (exigências ambientais, de segurança, de qualidade etc) que muitas vezes ainda não estão vigentes no Brasil. Além disso, há a incidência de custos adicionais com seguros e fretes, distribuição, manutenção no after marketing, etc. “Todas essas despesas são diminuídas quando o destino da produção é o próprio país produtor.
Prioridade é o mercado interno
Jose Laredo destaca que o esforço principal das fábricas do PIM é abastecer o mercado interno, onde o Brasil desponta como um dos maiores mercados do mundo dado o crescente poder de renda da população, estabilidade relativa da moeda, controle relativo da inflação e contínua atratividade de capitais produtivos que alimentam os investimentos em fábricas, compras de empresas etc, fato que se constata no país há mais de uma década.
“As indústrias multinacionais têm programas de exportação, mas elas definem de onde é melhor soltar seus produtos em direção aos mercados mundiais, levando em conta principalmente os custos de logística das bases que escolhem como plataformas de exportações: porto, aeroportos, custos por container desembaraçado etc. Assim, por exemplo, se a empresa puder escolher entre exportar de Hong
Kong, de Miami ou de Cingapura, com certeza o porto e o aeroporto de Manaus vão perder em termos de custo/benefício no quesito logística geral”, analisa o economista. Ele também ressalta que a ausência de legislação impositiva para exportação de parcelas da produção, e pondera que tal medida não teria cabimento, uma vez que o modelo é na base do contrato de risco, onde tudo corre por conta do empreendedor esperando um usufruto futuro, caso se disponha a produzir, gerar empregos e vender. “Existem legislações incentivadoras de exportações, mas não chegam a influenciar uma carga de aumento significativo nesse item”, finaliza.
Fonte: Portal Amazônia
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