11/04/2014
O levantamento apontou a redução das exportações para a Venezuela, como o principal “vilão” dos resultados no Amazonas. O país sul-americano, que até o ano passado figurava em primeiro lugar entre os principais clientes locais, ficou apenas com a sexta posição no ranking do ministério, em março. O volume de compras foi de US$5,17 milhões em março e de US$ 29,54 milhões no trimestre, quedas de 56,52% e 29,54%, respectivamente.
O concentrado para a elaboração de bebidas – principal item adquirido pelos venezuelanos – foi indicado como “culpado” pelo recuo nas vendas internacionais. Enquanto em março a retração foi de 47,82%, com US$ 10,52 milhões em vendas, no trimestre a queda foi de 18,40% (US$ 11 milhões a menos em vendas). Apenas na Venezuela, mais de US$ 10 milhões deixaram de entrar na receita amazonense, devido à baixa na demanda do produto.
Instabilidade
O coordenador do Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (CIN/Fieam), Marcelo Lima, lembrou que esta não é a primeira oscilação da Venezuela no ranking como principal cliente do Polo Industrial de Manaus (PIM). Segundo ele, a crise política vivida pelo país sul-americano tem causado instabilidade também no âmbito de negócios com outros países. “Enquanto a situação não se normalizar, ficaremos sujeitos aos altos e baixos dos venezuelanos”, pontuou.
Entretanto, o coordenador lembra que a relação com o país latino não reflete em queda para o mercado de concentrados. “Toda a produção continua sendo absorvida pelo mercado interno e também temos a Colômbia como país de apoio, tendo uma vez que os colombianos têm se configurado como um grande cliente nos últimos anos”, ponderou.
Greve prejudicou
Mas não foi apenas a baixa no comércio venezuelano que afetou o resultado das exportações do Amazonas. De acordo Marcelo Lima, os 46 dias de greve dos servidores da Zona Franca de Manaus (Suframa) foi um dos fatores que impactou o desempenho do Amazonas no trimestre.
Segundo ele, com o desembaraço prejudicado, muitos itens não puderam ser fabricados e nem enviados para exportação, o que resultou na queda observada. “Porém, com a normalização do trabalho, deveremos voltar ao equilíbrio em poucos meses”, apostou o dirigente ao lembrar que mais de R$ 1 bilhão em mercadorias ficaram retidas durante o impasse.
Apesar do resultado negativo, as vendas amazonense não foram marcadas apenas por quedas. A exportação de motocicletas, por exemplo, verificou avanço tanto em março quanto no resultado do trimestre. No primeiro caso, foram vendidas o equivalente a US$ 14,87 milhões em motos de baixa cilindrada, aumento de 16,44%. Já no segundo caso, o produto rendeu ao Estado um total de US$ 43,56 milhões, avanço de 29,30% sobre igual intervalo de 2013.
Importação com alta de 17,55%
Enquanto as exportações terminaram o trimestre retraídas, as importações feitas pelas empresas amazonenses - indústria e comércio –, sobretudo daquelas que operam com insumos para a produção no parque fabril local avançaram 0,94% em março deste ano sobre igual período do ano passado, com US$ 1,07 bilhão. No acumulado do trimestre soma US$ 3,55 bilhões em compras, o equivalente a uma alta de 17,55% em relação a igual período em 2013.
Componentes usados na produção de aparelhos eletroeletrônicos como rádio e televisores, insumos para a fabricação de telefones celulares e microprocessadores utilizados em placas de circuitos do tipo SMD se destacaram como os principais insumos adquiridos. China, Coreia do Sul e Japão foram os países que mais venderam insumos ao Amazonas no trimestre.
Para o coordenador do Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústriasa do Amazonas (CIN/Fieam), Marcelo Lima, o aumento das importações reflete o aquecimento do processo fabril. Ele atribui a movimentação ao processo intensificado das fábricas em produzir televisores a tempo de abastecer o mercado nacional para A Copa do Mundo. “Até o final do próximo mês, a produção deste item estará aquecida”, projetou.
Fonte: Portal Acrítica.com.br