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Exportações do AM têm alta de 11%

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20/09/2013

As exportações do Amazonas deram um salto de 11%, de janeiro a agosto de 2013, em relação a igual período de 2012, somando US$ 679,2 milhões. O resultado acumulado é o melhor desde 2010, na comparação dos oito primeiros meses do ano. Na mesma comparação, as importações do Estado se mantiveram praticamente estáveis, com crescimento tímido de apenas 0,21%. Os valores superaram a quantia de US$ 9 bi, gerando um saldo negativo de US$ 8.576.588 no período. Os números foram divulgados ontem pelo Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).

No mês passado, tanto as importações como exportações sofreram quedas em comparação a agosto de 2012: de -4,2% e -10,7% respectivamente. Enquanto os produtos amazonenses vendidos no exterior somaram US$ 81 milhões, mercadorias estrangeiras que desembarcaram no Amazonas tiveram valor total de US$ 1,28 bilhão.

Exportações


Entre as empresas do PIM (Polo Industrial de Manaus), a campeã de exportações, na comparação de janeiro a agosto de 2013 com igual período do ano anterior, é a Recofarma. Nos dados do Mdic, a empresa de bebidas foi responsável por 25,84% das exportações do Estado e teve participação de mais de US$ 175 milhões em vendas. A empresa apresentou em 2013 crescimento de 58,66% na participação em exportações do Amazonas, em relação a 2012. Também tiveram destaque Moto Honda (com 16,57% das exportações e US$ 112.555.807,00 em vendas) e Procter & Gamble do Brasil (com 11,92% em exportações e US$ 80.976.485,00 arrecadados). As três empresas juntas respondem a mais de 54,3% dos produtos exportados pelo PIM.

Como consequência disso, com 25,73% das vendas e movimentação de US$ 174,8 milhões, o principal produto de exportação do Amazonas são as preparações para elaboração de bebidas. Em seguida aparecem as motocicletas, que foram responsáveis pelo faturamento de US$ 93,4 milhões, com 13,76% das vendas ao exterior.

A Samsung Eletrônica da Amazônia foi a que apresentou o maior crescimento nas exportações: 485,58%. Somente neste ano, a sul-coreana exportou o equivalente a US$ 10,2 milhões.

Os países da América do Sul aparecem como os principais destinos dos produtos fabricados no PIM. Segundo o relatório, a Argentina é o principal parceiro comercial do Amazonas, sendo responsável por 26,57% das exportações do Estado, com compras que superam US$ 180 milhões, somente em 2013. Em seguida aparecem a Venezuela (16,47%) e a Colômbia (10,39%). Já os Estados Unidos aparecem somente na quarta posição, com US$ 37,6 milhões movimentados e participação de apenas 5,54%. Este ano, a maior economia do mundo reduziu em 14,42% as compras de produtos da Zona Franca de Manaus.

Importações


Ainda no período de janeiro a agosto deste ano, a Samsung Eletrônica da Amazônia foi a empresa do PIM que mais trouxe insumos do exterior. Nos dados do Mdic, a multinacional gastou mais de US$ 1,31 bilhão em importações, com 14,17% dos produtos que desembarcaram no Amazonas. Este número é mais que o dobro das importações feitas pela segunda colocada, a LG Electronics do Brasil, que importou US$ 713,5 milhões em insumos (7,71% do total). China (39,84%), Coréia do Sul (16,47%) e Estados Unidos (9,75%) são os principais fornecedores de produtos para o Amazonas –em sua maioria, matérias-primas para a fabricação de produtos eletro-eletrônicos.

Modelo é de substituição de exportações


Historicamente, a balança comercial do Estado é deficitária em consequência do próprio modelo produtivo adotado pela ZFM (Zona Franca de Manaus). O superintendente adjunto de projetos da Suframa, Gustavo Igrejas, explica que a ZFM foi concebida para ser um modelo de substituição de importações, voltado para abastecer o mercado local, atraindo empresas que antes só exportavam, para fabricar no Brasil. Segundo Igrejas, muitos insumos são adquiridos no país, mas, especialmente no setor Eletroeletrônico, que é o mais forte do PIM, há uma concentração mundial na produção de componentes especializados cuja oferta é baixíssima no Brasil, e que o mundo inteiro adquire no mercado asiático. Por esse motivo, ele prevê que os resultados negativos na balança comercial ainda serão uma constante na economia do Estado.

“Na hora de adquirir insumos, o fabricante segue a lógica de mercado, procurando as melhores relações custo x benefício que forem permitidas pelos respectivos PPBs (Processos Produtivos Básicos). Sendo assim, com a especialização crescente e o foco no mercado local, dificilmente veremos, em curto prazo, uma relação entre importação e exportação diferente do que se desenha hoje.

Ele ressalta, porém, que apesar da ZFM não ter sido concebida como modelo exportador, a Suframa busca induzir, a cada ano o aumento nas vendas para o exterior, costurando acordos que permitam incrementar as relações principalmente com os países panamazônicos.

Em artigo publicado na semana passada pelo Jornal do Commercio, intitulado “Porque as exportações no PIM não decolam”, o economista e Conselheiro Executivo do Corecon-AM, Jose Laredo, fez uma análise sobre a delicada relação entre as importações e exportações do Amazonas. Utilizando dados dos indicadores de desempenho da Suframa, Laredo mostra que, entre os meses de janeiro e julho deste ano, o volume total de exportações do Estado, correspondeu apenas a 6,85% das importações. Além das justificativas de que o esforço principal das fábricas do PIM seja abastecer o mercado interno, ele acrescenta novos fatores que contribuem com a balança negativa no Amazonas. Segundo Laredo, as indústrias, especialmente as multinacionais, têm programas de exportações, mas definem de onde é melhor soltar seus produtos em direção aos mercados mundiais levando em conta principalmente os custos de logísticas das bases que escolhem como plataformas de exportações: portos, aeroportos, custos por container desembaraçados, tempo de espera, entraves burocráticos, entre outros.

“Assim, por exemplo, se a empresa puder escolher entre exportar de Hong Kong, de Miami ou de Cingapura, com certeza o porto/aeroporto de Manaus vão perder para seus congêneres em termos de custos benefícios no quesito logística geral”, explicou o texto.

As altas taxas de juros brasileiras e ausência de legislação impositiva para parcelas de produção obrigatórias a serem destinadas às exportações também foram enumeradas como um dos entraves para o equilíbrio da balança comercial.

Fonte: JCAM

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