12/01/2022
O avanço da variante Ômicron e o aumento de casos de influenza já afetam a operação da aviação, do varejo, dos serviços e da indústria. O afastamento dos trabalhadores para evitar a disseminação do contágio afetou escalas de voo, chão de fábrica e atendimento nas lojas. Isso levou a uma onda de cancelamento de viagens, pagamento de horas extras para suprir a demanda diante da escassez de funcionários, remanejamento de profissionais e volta ao home office nos escritórios.
Para a economia, é má notícia, já que setores mais dependentes de atividades presenciais tinham expectativa de recuperação mais vigorosa este ano. O setor de turismo viu uma escalada no cancelamento de reservas para o carnaval desde que as prefeituras começaram a cancelar a festa diante do aumento de casos.
A maior parte das pessoas infectadas apresenta sintomas leves, mas a variante é mais contagiosa.
No setor aéreo, que começava a dar sinais de alívio com retomada de voos, estima-se que mais de 500 tenham sido cancelados ou remarcados desde quinta-feira. Levantamento feito com as companhias aéreas indica que ao menos 646 voos serão cancelados de domingo até o fim da semana diante do aumento de diagnósticos de Covid e influenza entre pilotos e comissários.
Substituição difícil
Somente na segunda-feira, Azul e Latam Brasil cancelaram, juntas, ao menos 140 voos. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) avalia que o impacto operacional ainda é reduzido, mas tem discutido medidas para mitigar cancelamentos.
Na Azul, a companhia afirma ter cerca de 10% das operações afetadas desde sexta-feira, o que corresponde a 90 voos por dia, mas não forneceu a lista. A aérea sente mais o impacto porque tem realizado o maior número de voos diários e porque tem diferentes tipos de aviões na frota, inclusive de menor porte, para deslocamentos com menos demanda.