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Expectativas de quem produz

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02/10/2018

Wilson Périco

Presidente do Cieam

e-mail: wilson.perico@technicolor.com

Queremos fazer deste espaço uma tribuna de apelação ao governo que será escolhido nos próximos dias. Afinal, é de extrema importância que o segmento responsável por parte determinante de geração da riqueza seja levado em conta, pois dessa interlocução entre setor público e as empresas aqui instaladas depende a construção de uma sociedade mais ou menos próspera, e da consolidação, diversificação e interiorização da economia hoje concentrada em Manaus.

Quando aqui chegamos, a partir dos anos 70, assinamos algumas regras do jogo produtivo que sabemos jogar. Essas regras constituem a segurança jurídica da qual precisamos para decidir investimentos, produção e produtividade, geração de empregos, arrecadação de impostos e tudo mais que as leis do país buscam defender em nome do interessa público. Diríamos que o resguardo da segurança pública, frequentemente violentada, é o X da questão produtiva e da relação transparente que queremos construir.

Para levar a efeito a combinação produtiva, carecemos de infraestrutura de competitividade. A equação é simples: com 5% do faturamento anual apresentado pelo setor manufatureiro, aplicado nesta finalidade, teríamos infraestrutura de comunicação, de excelente qualidade e baixo custo, logística de transporte adequada e estrategicamente discreta em nossa planilha de custos, além de energia abundante e bem distribuída para dar suporte à geração de riqueza para esta região remota. É constrangedor, primeiramente para o gestor público, que a terceira planta industrial do país apresente uma paisagem urbana tão caótica, esburacada, constrangedora e deletéria.

Temos vergonha do acesso que nos permitiria mostrar nossas instalações industriais para visitantes, eventuais parceiros ou novos investidores. Os três poderes mencionados recolhem nesta planta industrial, moral e fisicamente esburacada, parte robusta dos insumos financeiros de sua sobrevivência na região.

Não faz sentido algum, sendo um dos oito entes federativos que mais recolhem recursos do que recebem da União Federal, permanecermos isolados do resto do Brasil por via terrestre. Há duas décadas aguardamos a recuperação dessa conexão rodoviária da BR 319, construída pelo governo militar na década de 70.

O setor produtivo recolhe recursos para desenvolver alternativas econômicas destinadas a projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação, que possam diversificar a geração de riqueza, emprego e renda para nossos jovens. Afinal, temos apenas três segmentos industriais que dão suporte a esta economia desfalcada de gestão pública competente.
Esses recursos têm sido desviados para outras partes do país, contrariando o preceito constitucional que autoriza os 8% de contrapartida fiscal da Amazônia Ocidental, justamente, para reduzir as desigualdades regionais.

No âmbito estadual, contribuímos há quase 20 anos com um fundo constitucional para promover o turismo e a Interiorização do desenvolvimento. Estes recursos não podem continuar sendo usados predominantemente para o custeio da máquina pública.
Esta máquina segue cada vez mais pesada e perdulária. Aplicar esses recursos, que hoje se aproximam de um bilhão de reais por ano, significaria criar mais riquezas, contribuir vitoriosamente no combate à economia sombria do narcotráfico, e oferecer aos irmãos esquecidos do interior, caminhos alternativos para geração de uma economia justa e partilhada na construção de riquezas.

Finalmente queremos insistir na interlocução permanente e transparente, tanto no planejamento como na aplicação das verbas oriundas de geração de riquezas, promovida por trabalhadores e investidores nesse pedaço apartado de um Brasil paradoxal.
Juntos e alinhados faremos a diferença de que todos precisamos.

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