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Expectativa de R$ 1,51 bilhão em vendas no Natal

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28/12/2021

Marco Dassori

A CDL-Manaus (Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus) projeta uma receita bruta de quase R$ 1,51 bilhão para vendas de Natal, neste ano. Caso alcançado, o resultado corresponderá a um incremento de 13%, sobre o desempenho da 2020, e a uma expansão de 7,8%, ante o faturamento de 2019. Nada menos do que 91,5% pretendem comprar presentes no Natal, com ticket médio esperado de R$ 160, e os tradicionais itens de vestuário e calçados aparecendo em destaque na lista de compras do manauense.

A escalada da inflação e dos juros, no entanto, aumentaram a cautela nos gastos: preço e promoções estão entre os principais critérios na hora escolha do presente e a maioria voltou a manifestar disposição de comprar no Centro. É possível perceber também um movimento de fuga em relação ao endividamento – e eventuais riscos de inadimplência –, dado que dinheiro é a modalidade de pagamento preferencial, seguida por cartão de débito, e com o Pix já respondendo pelas compras de um a cada cinco consumidores da capital.

Os dados refletem tendência do levantamento da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e o SPC Brasil, que aponta disposição de ir às compras em 77% dos brasileiros (123,7 milhões de pessoas). A expectativa é de uma movimentação total de R$ 68,4 bilhões, em todo o país. As justificativas para não comprar são falta de dinheiro (26%), “não gostar ou não ter o costume” (19%) e desemprego (16%).

De acordo com a CDL-Manaus, um percentual ainda maior de consumidores (91,5%) espera comprar presentes neste Natal. Os demais alegam que estão desempregados (4,2%), “outros motivos” (1,1%), falta de dinheiro (0,9%), endividamento (0,9%), “que estão economizando para o final do ano” (0,7%), que têm “outras prioridades” (0,4%) e que “não gostam” (0,4%). Quem já decidiu abrir a carteira diz que vai gastar de R$ 201 a R$ 300 (26,7%), até R$ 100 (24,3%), entre R$ 101 e R$ 200 (21,1%), de R$ 301 a R$ 400 (12,2%), entre R$ 401 e R$ 500 (7,5%), de R$ 501 a R$ 1.000 (4,5%) e mais de R$ 1.000 (3,7%).

Vestuário e calçados

Itens de vestuário aparecem no topo da lista de intenção de compras (61,50%). Na sequência estão calçados (36,30%), brinquedos (26,4%), perfumaria e cosméticos (21,10%), acessórios, cintos e bolsas (12,8%), eletrodomésticos (8,9%), viagem (8%), “outros” (7,7%), vale presente (6,3%), celular ou smartphone (5,5%), eletrônicos em geral (4,9%), joias ou semijoias (4,3%), moveis e decoração (4,1%), “games e jogos” (3,7%) e artigos esportivos (1,8%). Outros 4,5% disseram que ainda não sabem, ou preferiram não opinar. Os dois primeiros colocados do ranking são os mesmos da pesquisa de 2020, embora com respectivos diferentes (28,3% e 18,4%, respectivamente).

Conforme o estudo, os presentados serão preferencialmente filhos ou filhas (61,50%), mãe (44,4%), conjugue (31,80%), pai (17,90%), irmãos ou irmãs (12,20%), sobrinhos ou sobrinhas (11,80%), namorado ou namorada (9,10%), amigos (7,70%), afilhados ou afilhadas (4,90%), avôs ou avós (3,20%), enteados ou enteadas (2,60%) e tios ou tias (2,20%). Mas, uma parcela significativa revela que vai comprar algo para “si mesmo” (20,70%). A CDL-Manaus esclarece que, assim como ocorrido nas formas de pagamentos, locais de compras e critérios de escolha para o presente, as respostas não fecham em 100%, porque o questionário encaminhado é de múltipla escolha.

O critério mais apontado na hora de escolher o presente é o da qualidade do presente (62,30%), seguido por promoções e descontos (55,40%), preço (36,30%), “perfil do entrevistado” (20,30%), desejo do presenteado (16%), “impacto que o presente irá causar” (8,30%), marca do presente (7,10%) e outros (2,20%). Há ainda quem diga que vai se basear no “que os outros irão achar ou falar” (2%) e a parcela dos indecisos (1,60%). Vale notar que “promoções e descontos (72,80%) e preço (55,80%) são os principais fatores avaliados na hora de optar pelo lugar onde o cliente vai adquirir o presente.

Endividamento e inflação

Os locais preferenciais de compras são o Centro (57,4%), shoppings (33,10%), lojas de bairro (25%), supermercados (15,60%) e “outros” (5,50%). Embora internet e lojas online respondam por apenas 15,40%, a web ainda é a forma mais comum de pesquisar preços: 24,70% confirmaram que fazem isso por meio de sites e aplicativos e outros 24,60% optam pelas redes sociais. Apenas 16% recorrem às lojas de rua, seguidos pelos que escolhem supermercados (14,40%), lojas de shopping (7,90%), panfletos de loja (4,5%), “outros” e “com conhecido” (ambos com 1,60%). Pelo menos 4,7% disseram que não pesquisam.

Em sintonia com a crescente taxa de endividamento do consumidor capturada na pesquisa da CNC de novembro, em Manaus (70,60%), os meios de pagamento à vista são agora os preferidos. O dinheiro (57%) passou para a primeira posição do ranking, seguido pelo cartão de débito (24,70%). O cartão de crédito parcelado (22,50%), que norteou as escolhas do manauense nos mais recentes levantamentos da CDL-Manaus, caiu para o terceiro lugar, enquanto o Pix já tem o voto de 20,70%. A lista se completa pelo cartão de crédito à vista (8,1%), crediário de loja (7,90%) e pelos indecisos (5%).

O presidente da FCDL-AM (Federação das Câmaras de Dirigentes do Estado do Amazonas), Ezra Azury, não soube avaliar o motivo para o índice de intenção de compras em Manaus ser superior ao da média nacional e reforçou que a pesquisa na internet “já é uma realidade que vem das pesquisas anteriores”. O dirigente concorda que a escolha do Centro pode estar ligada aos preços e que o endividamento está alto, ressaltando que “o Pix veio para ficar”. Mas, reforça o otimismo para o Natal, embora prefira não falar de 2022.

Já o presidente da CDL-Manaus, Ralph Assayag, concorda que as escolhas de meio de pagamentos, critérios de escolha de presentes e locais de compras refletem o atual cenário de crise, marcado por endividamento, inflação e juros. Questionado pela reportagem do Jornal do Commercio, preferiu enfatizar apenas da Selic e a inflação. “Aumentou muito o preço dos bens duráveis e, com isso, o consumo diminui para segurar a inflação. Não acho que seria hoje uma maneira eficaz. Tanto que o governo faz isso, mas quer dar benefícios, como bolsas e auxílios. Não entendo essa relação. Mas, a geração de até 20 anos não sabe o que é inflação e isso assusta”, encerrou.

Idade e renda

A sondagem da CDL-Manaus para intenção de compras no Dia das Crianças ouviu 900 pessoas na capital amazonense, de ambos os gêneros, maior de 18 anos, pertencentes às classes A, B, C e D, e residentes em todas as zonas urbanas da cidade. Mulheres (73,50%) superaram os homens (26,50%). A maioria (36,80%) está na faixa etária de 30 a 39 anos. Na sequência estão os consumidores entre 40 e 49 anos (26,20%), 50 anos ou mais (14,30%), de 25 a 29 anos (12,40%) e entre 18 e 24 anos (10,30%).

No corte por locais de moradia dos consumidores ouvidos pela entidade empresarial, estão as zonas Norte (32,50%), Leste (23,80%), Sul (16,40%), Oeste (12,50%), Centro-Oeste (10,50%) e Centro-Sul (4,30%). A CDL-Manaus não informou, desta vez, os dados de renda familiar dos consumidores participantes do estudo. O levantamento foi feito por meio de Google Formulários, de 1º a 5 de dezembro de 2021.

Fonte: JCAM

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