12/08/2013
O consultor organizacional e especialista em gestão estratégica de pessoas, Eduardo Carmello, observa que até uma equipe de vendas precisa saber trabalhar com as novas ferramentas. Antes acostumada a fazer tudo em um caderno, agora recebe um iPad e sentirá dificuldades na adaptação.
"O avanço tecnológico trouxe uma necessidade dos talentos aprenderem essa tecnologia, o que aumenta a régua de qualificação. O que temos visto no Brasil é a ausência de talentos preparados e qualificados à altura que esse mercado de ponta solicita", analisa Carmello.
Para o consultor, o problema não é simples, pois a origem está no sistema educacional. "Isso é uma falha de muitos anos, então não é rápido corrigir. Mas a gente entende a automatização como uma oportunidade, pois a partir do momento em que vai automatizando, vai sobrando o espaço para o gestor fazer o seu papel de mentor ou de coach dentro da organização", completou.
De acordo com a presidente da seccional do Amazonas Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH/AM), Ozeneide Casanova, o acesso à informação está maior e os trabalhadores buscam se aperfeiçoar e até frequentar um curso Superior, mas o processo segue de forma morosa.
"O ritmo ainda está lento. A área de RH precisa estar atenta à tecnologia, para utilizá-la a seu favor. Mesmo com toda essa tecnologia, o produto final da área de recursos humanos são os profissionais, então é preciso focar nas pessoas. Se as empresas estão mais enxutas, não é por causa da tecnologia, mas sim da competitividade do próprio mercado", ressaltou.
Casanova explicou que o mercado do Amazonas tem uma grande abertura para novos polos, em especial ao naval e o de biocosméticos, portanto as pessoas precisam estar atentas aos novos mercados, para se capacitar e concorrer a essas vagas.
A vice-presidente de RH da Coca-Cola Brasil, Raissa Lumack, disse que a tecnologia está avançando e cada vez mais as fábricas estão automatizadas, o que, segundo ela, não substitui certas características do ser humano, como a criatividade e o estabelecimento de vínculos.
"A máquina vai tomar lugar das atividades que são rotineiras, onde não se precisa da criatividade e nem dos relacionamentos. Alguém tem que operar aquele aparelho. Que bom que as máquinas vão cada vez mais automatizar, pois aí podemos nos dedicar àquilo que de fato é único do ser humano. O grande desafio é como as pessoas vão estar qualificadas a esse mundo automatizado", destacou.
Para a executiva, há alguns anos, o grande problema era analfabetismo, mas hoje o problema são os analfabetos digitais. Ela afirma que as pessoas que não sabem ter interação com esse mundo automatizado, pouca diferença faz a mercado se ela sabe ler ou escrever.
"Acredito que nosso segmento será comprador estratégico de serviços. Lidamos com vários processos, então teremos empresas especializadas nesses processos específicos. Nós seremos menos, mas não seremos menos importante. Seremos menos pessoas, porque o trabalho deixará de ser braçal e será mais intelectual", observou.
Fonte: Portal D24.com