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ESTIAGEM: Empresas do Polo Industrial já sentem o impacto da seca dos rios, com atraso na produção

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07/11/2022

Jacira Oliveira

MANAUS – |A seca dos rios amazônicos, que já colocou em situação de emergência oito municípios amazonenses e os demais em situação de atenção ou de alerta, está desabastecendo de insumos as empresas do Polo Industrial de Manaus e, também, impedindo a saída das cargas com produtos finalizados para os grandes centros de consumo. Uma das maiores empresas de transporte naval, por exemplo, já comunicou oficialmente aos seus clientes a suspensão temporária de cargas de/ou para Manaus.

De acordo com a Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), o assunto tem sido a maior dor de cabeça para as empresas locais, que tem se virado para enfrentar o problema, mas na maioria das situações, só podem mesmo esperar ou desviar parte da carga para o transporte rodoviário, que foi bastante atingido esta semana pelos bloqueios dos caminhoneiros, ocorridos em praticamente todas as rodovias federais no país. Isso, no entanto, ainda não registrou impacto no abastecimento de insumos e escoamento de produção da indústria local.

“Não temos ainda medido o reflexo desses movimentos, mas o que nos preocupa, de fato, é a seca dos rios, que tem dificultado o tráfego de navios pelos rios amazônicos”, diz o diretor adjunto da Fieam, Augusto César Barreto Rocha, que é especialista em logística.

De acordo com ele, entre 60 a 70% do transporte de insumos e produtos acabados do PIM é feito por navio e outros 30 a 40% via estrada e um fluxo pouco significativo por tráfego aéreo.

O problema vem se acumulando ao longo do último mês de outubro, quando a seca chegou à maioria das calhas de rio, especialmente no Solimões e no rio Madeira.

“O problema maior é com a indústria de eletroeletrônicos”, afirmou o dirigente. Na próxima terça-feira (8), ele terá uma reunião com os representantes dos diversos segmentos da indústria local para traçar o retrato dos impactos que a estiagem está causando, medidas que podem ser adotadas e prejuízos que estão se acumulando.

Um ponto positivo é que os produtos que foram planejados para suprir as demandas da Copa do Mundo de Futebol e, também, para atender o período natalino, não terão impactos porque a maioria já deixou a cidade para os maiores centros de consumo.

Infraestrutura – Para Barreto, os problemas que a indústria local enfrenta com as secas dos rios têm estreita ligação com a falta de investimento “secular” em infraestrutura de transporte para a região. “O orçamento para a infraestrutura vem diminuindo a cada ano”, afirma. “Nós defendemos que o orçamento para a infraestrutura brasileira seja de 2,5% do PIB e, no entanto, não passa de 0,2%”.

Barreto também informou que a entidade está de olho na transição de governo e tem feito, continuamente, avaliação dos pontos desfavoráveis ao setor industrial e apresentado suas reivindicações aos diversos governos. “Essa é uma pauta constante para nós e, certamente, vamos apresentar nossas reivindicações ao novo governo”, afirmou.

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