15/03/2016

Segundo dados da Secretaria de Fazenda do Amazonas, atualmente 95% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) é arrecadado em Manaus. Thomaz Nogueira, secretário de Planejamento do Estado, explica que, por ser produtora de bens de consumo duráveis, a indústria manauara, em relação à do restante do país, é a primeira a ser atingida com a contração do consumo doméstico. Em 2015, a arrecadação total de ICMS total no Estado somou R$ 7,35 bilhões, o que significou perda nominal de quase 5% em relação ao ano anterior.

Por conta da sua representatividade, a queda de produção em Manaus afeta rapidamente o nível de emprego e renda local. Jaime Samuel Benchimol, diretor presidente da Bemol, rede varejista de departamentos, maior arrecadadora de ICMS do setor comercial, conta que o faturamento total da empresa caiu no ano passado 4%.

Com a continuidade da perda de vagas de trabalho em Manaus, diz ele, uma das preocupações é em relação à taxa de inadimplência, que cresceu 45% de 2014 para o ano passado. Com 20 lojas distribuídas no Amazonas, Acre e Rondônia, a Bemol tem, historicamente, conta o empresário, índice de inadimplência de 3% a 3,5%. No ano passado, porém, a taxa avançou para 5% e no primeiro bimestre do ano, para 6%. Ele acredita que a inadimplência cresça no decorrer do ano.

Está claro mundialmente, afirma Benchimol, que um modelo que concentra empregos na indústria não funciona para a sustentabilidade de uma economia no longo prazo. Para ele, alternativas de diversificação no Estado estão nas áreas de turismo e call center.

Segundo Nogueira, a descentralização econômica é uma das prioridades da agenda do governo amazonense este ano. Além da expansão do polo, que tem prorrogação garantida até 2073, a ideia é apostar também na diversificação da matriz econômica, com atividades baseadas na exploração de recursos naturais, como piscicultura, indústria de cosméticos e minerais.

Fonte: Valor Econômico