09/05/2016
Órgão de comunicação que vira e mexe ataca a política fiscal excepcional que mantém a agora convalescente Zona Franca de Manaus, o jornal O Estado de S. Paulo voltou à ofensiva contra o modelo industrial amazonense.
Em matéria de página inteira, em sua edição deste domingo, o impresso do Estado mais interessado em acabar com a indústria de outras regiões diz na manchete da notícia “Bolsa empresário chega a R$ 270 bi e pode ser revista por Temer”.
Incentivando essa providência para o iminente governo, o jornal ouviu especialistas que consideraram o valor monumental e sugere que esses benefícios fiscais, que atingem outros setores, precisam ser revistos.
O Estadão cita que o Amazonas participa dessas “benesses” do “bolsa empresário” recebendo, através de incentivos tributários da União, R$ 23 bilhões para fabricar “televisores, celulares e computadores”, numa clara intenção de jogar a opinião pública do país contra o Polo Industrial de Manaus, já que o cardápio industrial da Zona Franca vai muito além desses setores.
No parágrafo que trata do Amazonas, nas entrelinhas, a reportagem lamenta que o modelo tenha conquistado quatro prorrogações e agora tenha vigência até 2073.
Intolerância e desinformação
Há muito O Estado de S. Paulo se mostra intolerante e desinformado com a Zona Franca de Manaus.
Na última vez que engrossou suas tintas contra o modelo, no dia 16 de outubro do ano passado, em artigo assinado pela economista Zeina Latif, o jornal chamou os incentivos de “renúncia fiscal” e “gastos invisíveis”, sugerindo que a ZFM é uma despesa para o País.
O jornal, porém, apesar de ter conhecimento disso, não informa que as isenções fiscais para a indústria do Amazonas transformam-se em empregos, preservação ambiental e fazem do Estado o maior arrecadador federal da região.
Ou seja, o que entra em renúncia, volta em tributo.
Fonte: Blog do Nêuton Corrêa