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‘Essa é a crise mais grave de nossa história’, afirma vice-presidente da Fieam

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18/06/2020

Fonte: Acrítica

Entrevista com Nelson Azevedo

vice-presidente da FIEAM

Como estão os números das indústrias?

Esta é a crise mais grave de nossa história. Consulta por mim realizada junto a diversas empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM) e pesquisa feita em abril, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), apontam que os setores mais afetados negativamente são os produtores de bens de consumo duráveis, que é o caso do PIM, com exceção dos segmentos produtores de fármacos e de Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s). Devemos ter uma queda na demanda por produto em 71% das empresas, sendo que 53% relatam queda intensa. O fato é que grande parte das empresas continua com produção paralisada e outros, que ainda em operação, tiveram queda na produção.

Houve demissões? Quantas?

Ainda não temos dados consolidados sobre a dispensa de trabalhadores neste período. O que podemos dizer é que as empresas estão fazendo um grande esforço pela preservação dos empregos, porque seus maiores ativos são os trabalhadores que foram treinados e capacitados para desenvolver suas atividades profissionais. Portanto, em razão do investimento que é feito no trabalhador, passa a ser o último redutor de despesa. Além do mais, as recentes medidas anunciadas pelo governo, como a redução proporcional de jornada e salários, ajudarão muito neste processo.

Também houve contratações?

Nesse período de total retração da economia, causada pela pandemia de covid-19, é difícil falar em contratações, exceto pelos cargos essenciais por motivos de rotatividade normal.

Se houve queda na produção, como as empresas estão lidando?

As indústrias estão utilizando todas as ferramentas disponibilizadas pelo governo federal e aprovadas pelo Congresso, como a redução de jornada com preservação de renda e a suspensão do contrato de trabalho com pagamento do seguro desemprego. Logo no início da pandemia foram concedidas licenças remuneradas e férias coletivas. Com o alongamento do período da pandemia, as indústrias, em comum acordo com os empregados, optaram por realizar a suspensão dos contratos de trabalho ou redução de jornada de trabalho e salário, em ambos os casos, se utilizando de complementação de salário, conforme regras definidas nas referidas medidas provisórias.

Como estão se adaptando a esse novo processo que requer superação?

As indústrias estão seguindo todas as recomendações do Ministério da Saúde e das autoridades sanitárias para operar em segurança. O Serviço Social da Indústria (SESI) preparou um guia para auxiliar as indústrias no combate a contaminação do corona vírus, que é o “Guia SESI de Prevenção da Covid-19 nas empresas”, com informações importantes e orientação sobre saúde, segurança, como identificar os trabalhadores com suspeita de contaminação e boas práticas nas plantas fabris para evitar a proliferação do vírus.

Falando em futuro, como as empresas estão planejando se reinventar para o período de recuperação?

Quanto ao futuro, não há dúvidas de que novas oportunidades surgirão para a economia do Amazonas. Somos a planta industrial mais qualificada para substituir as importações e o Polo Industrial de Manaus mostrou total capacidade de produção de qualquer artefato ou produto. Sofremos na pele o que significa depender em mais de 90% da cadeia asiática de suprimentos. Temos obrigação de começar a fabricar aqui a maior parte dos insumos que o PIM utiliza. Precisamos, apenas, nos manter unidos, atentos e preparados para uma nova economia. Enfim, vamos construir uma economia menos dependente de um país, para que possamos evitar as interrupções da cadeia de suprimentos da nossa indústria.

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