07/01/2020

Fonte: Jornal Acrítica

A Zona Franca de Manaus encerra o ano de 2019 mostrando uma retomada de fôlego em relação aos anos anteriores, marcados pelo fraco crescimento econômico que ainda ecoa duramente na economia do Amazonas. É provável que os sinais de recuperação tornem-se mais concretos ao longo do próximo ano, com projetos mais numerosos e robustos nas pautas do Conselho de Administração da Suframa, e implementação dos projetos já aprovados, mas que ainda aguardam o momento mais propício para se implementar.

A retomada, se de fato acontecer, não se dará da noite para o dia e não pode enfraquecer a certeza de que o modelo precisa de medidas urgentes para se fortalecer. Uma dessas medidas é a solução em relação ao Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), que já tinha um modelo de gestão bem encaminhado, a cargo de uma associação formada pela união de forças de instituições locais de ensino e pesquisa. Parecia que a melhor solução finalmente seria implementada e o CBA cumpriria sua missão de transformar elementos da biodiversidade em produtos de alto valor agregado.

O desenvolvimento desse setor seria um fortíssimo complemento para a Zona Franca de Manaus, pois acrescentaria ao modelo fábricas que não viriam do outro lado do mundo, mas nasceriam aqui mesmo para aproveitar a matéria-prima regional na produção de itens genuinamente amazônicos. Infelizmente, esse processo foi novamente adiado por conta da cruzada ideológica do governo federal, que viu algum tipo de ameaça socialista na instituição que ficaria encarregada de gerir o CBA. Um claro retrocesso.

Agora, resta-nos esperar por um desfecho satisfatório para a novela CBA que parece não ter fim. Enquanto isso, a Zona Franca sobrevive com os segmentos que ainda se mantém competitivos e podem se beneficiar do aquecimento da economia e do comércio interno de bens duráveis. Isso dependerá dos rumos que tomar a prometida reforma tributária, um dos principais desafios do governo federal para 2020.

É missão da bancada amazonense no Congresso Nacional, do governo estadual e das lideranças políticas e empresariais do Amazonas acompanhar essas discussões com muita atenção para assegurar que o próximo ano seja de crescimento, e não desastroso, para a ZFM.