17/05/2024
Os membros da Comissão CIEAM de ESG foram convidados pela liderança indígena, Vanda Witoto (https://www.instagram.com/vandawitoto/), para participar de uma atividade nesta manhã de sexta-feira (17) na Comunidade Parque das Tribos, território reconhecido como primeiro bairro indígena do país, após estudo da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).
Representantes das empresas BIC da Amazônia, IMPRAM - Impressora Amazonense, Orient Relógios, Technos da Amazônia e Visteon Amazonas fizeram parte do grupo que participou da atividade de campo. A coordenadora da Comissão CIEAM esteve à frente desta ação, que levou kits escolares para as crianças da comunidade. "Eu acho que é um aprendizado gigantesco para todos nós essa atividade de ouvir para resgatar a inclusão dos novos povos originários em respeito que devemos ter por esses povos e pelo entendimento aos modos de vida, há uma infinidade de ações que podemos fazer em escolas e comunidades", comentou a coordenadora da Comissão CIEAM de ESG, Régia Moreira Leite.
A comunidade Parque das Tribos, em Manaus, faz parte de uma Área de Proteção Ambiental no bairro Tarumã-Açu, onde está localizada uma nascente. É formada por 700 famílias, 30 povos diferentes, falantes de 14 línguas indígenas. A comunidade trabalha há 10 anos pelos direitos de seus habitantes, como explicou Vanda Witoto, que é ativista da causa climática e uma voz ativa pelos povos originários da Amazônia, empreendedora social e professora.
Projetos de inclusão: geração de renda e Educação
Os membros da Comissão CIEAM conheceram o espaço onde funciona o Ateliê Derequine (https://www.instagram.com/ateliederequine/), o 1° Ateliê de Moda Indígena do Amazonas, onde Vanda e as mulheres da comunidade produzem moda sustentável feminina e masculina, com grafismos indígenas, as peças geram oportunidades e alternativa de renda para as famílias. Através do projeto foram adquiridas máquinas de costura das quais saem peças únicas feitas sob medida, itens que já foram apresentados em passarelas de eventos de moda.
"Temos atuado como 'nós por nós', porque ninguém olha pra gente, ninguém olha para esse lugar como potencial, não é sobre vender roupas também, a gente fala que isso é consequência como propósito do que a gente quer que é contar a história dos nossos povos, porque uma peça dessas que chega em uma passarela a gente pode falar de demarcação, não-mineração em territórios indígenas, da importância da educação indígena, é uma linguagem política também de dizer que nós estamos vivas e estamos na cidade, nós resistimos e queremos ocupar estes lugares a partir das nossas culturas e linguagem", explicou Vanda Witoto.
No mesmo espaço, anexo à casa de Vanda, cerca de 50 crianças dos povos Witoto, Mura, Tariana, Tikuna, Kokama e Kanamary participam de atividades de educação promovidas por meio do projeto "Jofo Nimairama" (Casa de Conhecimento Indígena) (https://www.instagram.com/jofo_nimairama/), para falar da importância da cultura e identidade indígena através de pinturas corporais, danças, cantos e o pertencimento à natureza. Um projeto de resgate da autoestima das crianças, pertencimento e conhecimento.
Um sonho da comunidade é a construção da Casa do Conhecimento Ancestral, projetado pelo escritório do arquiteto Troost. Local onde o ateliê, as atividades com as crianças e uma cozinha comunitária devem funcionar futuramente através do Instituto Witoto, que atua pelo fortalecimento das identidades dos povos indígenas da Amazônia e promoção do acesso aos seus direitos fundamentais, através de projetos que fomentam educação, cultura, arte, preservação ambiental, empreendedorismo e cidadania, com foco nas crianças, mulheres, jovens e idosos do Parque das Tribos. Saiba mais: https://institutowitoto.com.br/
Fonte: Comunicação CIEAM
Texto e Fotos: Fabíola Abess
ascom@cieam.org.br