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ENTREVISTA: ‘Estamos otimistas e projetamos um avanço do setor de eletroeletrônicos de 8% a 10% em 2019’

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03/01/2019

Notícia publicada pelo site DCI

O setor de eletroeletrônicos teve um desempenho abaixo do esperado em 2018, impactado pelos efeitos da greve dos caminhoneiros e a forte variação cambial. A expectativa inicial de crescimento de 10% a 15% acabou frustrada, mesmo com vendas positivas de televisores, impulsionadas pela Copa do Mundo.

Presidente executivo da Associação Nacional de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) desde junho deste ano, José Jorge do Nascimento Junior concedeu entrevista exclusiva ao DCI. O dirigente fez um balanço de 2018 e projeções para o próximo ano.

Qual a avaliação da Eletros acerca do ano de 2018?

Para o nosso setor, 2018 começou muito bem. Tivemos um excelente primeiro trimestre, o que corroborava com as expectativas de fechar o ano com crescimento entre 10% e 15%. Mas aí veio a greve dos caminhoneiros, os acordos para o tabelamento do frete, a alta de matérias-primas importantes como aço e plástico. Além disso, colaborou negativamente a incerteza que a disputa das eleições produziu. Tudo isso fez com que o consumidor se retraísse e de modo geral todas as linhas acabaram sendo atingidas. Os produtos com maior valor agregado, que dependem de planejamento para compra, acabam sendo os mais afetados. Por isso, mesmo com um final de ano um pouco melhor, esperamos fechar 2018 com avanço entre 5% e 8% na comparação com 2017.

A Copa do Mundo teve o impacto esperado na venda de televisores?

A comercialização de televisores teve um bom desempenho durante a Copa do Mundo e o evento acabou permitindo a sequência de vendas em 2018. Não fossem fatores exógenos, teríamos fechado um ano bom, com crescimento expressivo. De todo modo, a Copa de certa forma permitiu que houvesse volume maior de propaganda e as novidades puderam ser mostradas.

Quais as perspectivas para o setor em 2019?

Estamos otimistas. Há inúmeros motivos para isso. O primeiro é o fato de entrarmos o ano com um novo governo cujo discurso é voltado para a retomada do crescimento. Há a expectativa de que a economia cresça em torno de 3%. No nosso setor, especificamente, trabalhamos com projeção positiva entre 8% e 10% em relação aos números deste ano. No entanto, é bom destacar, esse cenário prescinde de algumas premissas, como se dará, por exemplo, a variação cambial, os preços de insumos como o aço, e se haverá ou não alterações no regime da Zona Franca de Manaus e a abertura comercial.

O impacto da variação cambial e de matérias-primas foi um fator importante em 2018. Acredita que isso se repetirá no próximo ano?

O ano de 2019 terá que ser de acomodação. Acreditamos que a economia entrará num círculo virtuoso de crescimento e a estabilidade maior em termos de preços de matérias-primas é fundamental. Há, naturalmente, a incógnita do mercado global, que sempre pode afetar o câmbio. Mas se olharmos para as contas externas, nível de reservas, interesse em ampliação do comércio internacional, saímos com a impressão de que os riscos nesse campo podem ser geridos.

A entidade procurou a equipe de transição do presidente eleito Jair Bolsonaro para algum tipo de conversa?

Em conjunto com outras entidades de classe, procuramos e iremos sempre buscar o diálogo com as novas equipes do novo governo. Entendemos que é preciso mostrar o nosso papel na sociedade, a responsabilidade com que sempre tratamos o segmento, os empregos que geramos, os investimentos realizados e a nossa contribuição com o pagamento de milhões de reais em impostos. Temos sido muito felizes em demonstrar por meio de dados toda a relevância do setor.

Quais são as expectativas no ambiente macroeconômico?

A equipe do ministro [Paulo] Guedes é muito preparada e tem sido muito elogiada por todos os segmentos. Acreditamos muito nela. São nomes de peso, com comprovada experiência e que têm largo conhecimento dos problemas do País. Com todos que conversamos, reforçamos sempre nossa expectativa de que teremos um ambiente macroeconômico muito positivo. A inflação está sob controle e os juros devem seguir nesse patamar atual. A maior expectativa recai mesmo sobre as reformas. Todos os agentes entendem que a Previdência e a tributária são extremamente necessárias. Temos a convicção de que o novo governo saberá usar do diálogo e aproveitar o bom relacionamento com o Congresso nesse sentido. São pontos vitais para o sucesso da nova gestão.

Há alguma expectativa de mudanças de políticas e incentivos para a Zona Franca de Manaus?

Esperamos que haja o fortalecimento da Zona Franca de Manaus para que o Brasil continue sendo beneficiado com essa política industrial. Queremos de verdade que haja um diálogo aberto e direto com o novo governo, que prevaleça o sentido de que a Zona Franca de Manaus oferece muito mais ao País do que por vezes se divulga de forma equivocada. Há pontos que muita gente desconhece. Por exemplo, o fato de que toda a indústria de televisores e ar condicionado está lá instalada. O Amazonas é um dos oito Estados do País que arrecada mais imposto federal do que recebe de repasse da União e isso em decorrência das indústrias instaladas no Polo Industrial de Manaus. A responsabilidade ambiental das empresas instaladas lá é tão representativa que estudos da Universidade Federal do Amazonas demonstram que 97% da floresta amazônica está preservada, mas muito pela existência da ZFM. Enfim, são muitos benefícios econômicos, sociais e ambientais deste modelo econômico ao País. Temos de tornar ainda mais favoráveis as condições de produção, de escoamento dos produtos e de transporte de matérias-primas. Precisamos buscar sempre melhores índices de eficiência.

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