01/10/2013
O protocolo já está publicado no "Diário Oficial" da União e agora o Estado deve habilitar o operador logístico, definindo qual empresa ficará responsável por operar o armazém. “Ainda estamos elaborando o edital, mas nosso objetivo é de que o entreposto comece a operar junto com a inauguração da rodovia no ano que vem”, comentou Afonso Lobo.
O presidente do Cieam (Centro das Indústrias do Estado do Amazonas), Wilson Périco, destacou a importância que a criação de mais um entreposto tem para as indústrias do Estado. “Tem a vantagem dos produtos estarem mais perto dos seus destinos, possibilitando trocas mais rápidas para esses locais, o que gera economia de custos. Vejo com bons olhos a iniciativa. A ideia agrada”, ressaltou Périco.
O presidente da ACP (Associação Comercial do Pará), Sérgio Bitar, explica que há hoje um grande corredor de exportação de grãos para o Mato Grosso e que isso deve ser aproveitado pelo Amazonas. “Há hoje um grande fluxo de carretas na cidade que vão deixar a soja, as empresas da Zona Franca usarão as carretas no sentido inverso, quando estas descem de volta” comentou.
Até 2000 carretas por dia
O presidente da Faciapa (Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Pará), Olavo das Neves, destaca que a oferta hoje em Santarém é de 300 carretas por dia, com expectativa de que essa média suba para 800 carretas por dia após o término do asfaltamento da BR, chegando a 2000 em períodos de pico da soja. “São carretas que retornam hoje totalmente vazias, uma capacidade ociosa absurda. Isso gerará um frete mais barato fazendo os produtos chegarem aos centros consumidores com um preço menor”.
Olavo também destaca os benefícios que o entreposto traria ao Estado do Pará. “Gera uma cadeia interessante de serviços, de produtos ligados a toda cadeia de transporte que vai de pneu, combustível, acessibilidade, dormitórios, hotéis. A geração de ISS é muito importante para o município e Estado e o ICMS, que apesar de ficar para o AM, o ICMS do transporte fica para o Pará”. A expectativa dos paraenses é de que dentro de um ano, o entreposto esteja instalado na região.
Representando a prefeitura de Santarém, o Diretor do IGT (Instituto de Gestão e Tecnologia) do Município, José Lima Pereira, destacou que as exportações ficarão mais baratas para o PIM através do entreposto em Santarém. “Os portos de Paranaguá e Santos têm custo de US$ 147 por tonelada. Para Santarém, esse custo cai para US$ 59 por tonelada, porque se reduz o tempo de 39 para 22 dias. Uma grande oportunidade que o Amazonas tem para desafogar a ZFM transportando não mais por Belém ou Rondônia e reduzindo os prazos de 5 para 2 dias, e o frete, em torno de 40%”, reiterou.
Lideranças dos Estados discutem parceria
Autoridades do Pará estiveram ontem na sede da Seplan (Secretaria de Planejamento) e da ACA (Associação Comercial do Amazonas) discutindo formas de melhorar a logística entre os dois Estados. Além da criação do entreposto da Zona Franca de Manaus na cidade de Santarém, o gestor do GTPE (Grupo de Trabalho do Planejamento Estratégico) da Seplan, Professor Luiz Almir Menezes, apresentou à comitiva paraense o Planejamento Estratégico do governo do Amazonas. “A ideia é dotar o Estado de uma ferramenta capaz de nos tirar um pouco da descontinuidade”, destacou o Secretário de Planejamento, Airton Ângelo Claudino.
Entre os assuntos discutidos estava a possibilidade de criação de um complexo mineral entre as regiões. O presidente da ACA, Ismael Bicharra, destacou os benefícios da reunião entre os Estados. “O Pará é forte no extrativismo, nós não. É uma troca de experiências. Vamos discutir meios de uma forma unida e organizada melhorar as demandas dos Estados e da região Norte que são poucos ouvidos pelo resto do país”, comentou.
Sérgio Bitar lembrou que a Amazônia tem uma área pouco explorada nas suas riquezas de subsolo. “Mesmo as riquezas minerais do Pará foram pesquisadas a mais de 30 anos atrás. Na Constituição de 88 ficou proibido que empresas de capitais estrangeiros pudessem fazer esses estudos e isso praticamente paralisou toda essa parte de prospecção mineral. deve existir uma riqueza muito grande no Amazonas, completamente desconhecida.
O Diretor do IBGT de Santarém, José de Lima Pereira, lembrou que o Pará é um grande exportador de minério, exportado pelo porto de Barcarena. E que esse minério também pode ser manufaturado no Amazonas. José também destacou a questão do polo naval de Manaus “Já tem, mas está disperso. O custo pode ser reduzido se concentrar recursos. A questão mineral e do gás também nos chama atenção. São situações que têm como integrar os dois Estados”.
Fonte: JCAM