As incertezas sobre o modelo Zona Franca de Manaus afetaram diretamente as estimativas de contratação de mão de obra no segundo semestre, historicamente um bom momento por causa dos pedidos para atender o consumo natalino. Para o Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), em uma perspectiva otimista, o Polo Industrial de Manaus (PIM) vai repetir, no segundo semestre, a geração de empregos do mesmo período de 2012: entre 7 mil e 8 mil.

“A perspectiva de contratação existe por conta da demanda de fim de ano, mas ainda há muita incerteza e insegurança pelas definições políticas acerca da Zona Franca”, disse o presidente do Cieam, Wilson Périco referindo-se à discussão da reforma tributária no Senado. Ele ressaltou ser difícil afirmar como se comportará a contratação no segundo semestre, pois os pedidos do comércio começam em agosto.

Para o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas de Manaus (Simen), Athaydes Mariano Félix, a maior parte das empresas está com um número suficiente de trabalhadores e, se houver absorção de mão de obra, será para repor demissões voluntárias. “O setor metalúrgico não deve ter muitas contratações e, se tiver, será num percentual bem pequeno. Empresas como Yamaha, Honda e Suzuki estão com produção bem perto do ano passado e não estão otimistas. A maioria quer, pelo menos, manter a produção de 2012”, acrescentou Félix.

O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, informou que, nesta segunda quinzena de julho, as empresas chegaram a sentir um aumento nos pedidos, mas que isso deve se intensificar nos meses de agosto, setembro e outubro, quando há uma perspectiva de contratação, ainda que tímida.

‘Mensurar a quantidade de contratação é difícil, pois as fábricas estão muito cautelosas e estão com uma capacidade ociosa. Elas estão praticamente com seus quadros completos”, destacou Azevedo.

Já o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Manaus (Sindimetal) e da Central Única de Trabalhadores (CUT), Valdemir Santana, disse não concordar com o cenário relatado pelos representantes da indústria, ao afirmar que o PIM deve fechar o ano com um crescimento na contratação em torno de 7%. “Nos últimos dois meses, a indústria contratou 5 mil trabalhadores. Até setembro e outubro, mais 3 mil serão empregados”, salientou.