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Entidades buscam reparação

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29/12/2021

Os blecautes em vários bairros de Manaus, que se seguiram após o temporal desta segunda (27), geraram impactos diferenciados em comércio e serviços. Para o varejo, os prejuízos mais evidentes se deram nos segmentos de alimentação, que ficaram impossibilitados de manter seus produtos refrigerados e congelados.

Para a indústria, as perdas só foram consideravelmente menores, porque a maior parte das fábricas do PIM já havia concedido férias coletivas. Mas algumas empresas chegaram a ter a produção parada ou relataram às entidades que sofreram danos em equipamentos.

Independentemente do alcance dos estragos, entidades classistas ouvidas pela reportagem do Jornal do Commercio informam que vão buscar a Amazonas Energia para apurar eventuais responsabilidades, bem como cobrar uma melhora no atendimento e no tempo de resposta. Até a tarde desta terça (28), muitos pontos da cidade ainda estavam sem luz.

A demanda empresarial inclui ainda o estabelecimento de ações preventivas para situações semelhantes, que tendem a se tornar mais frequentes, em função da mudança climática. Em nota, a Amazonas Energia informa que o temporal “com fortes rajadas de ventos e descargas atmosféricas” ocorrido em Manaus e no interior do Estado, nesta segunda (27), causou danos com vegetação e objetos lançados sobre a rede elétrica, danificando vários equipamentos.

Segundo a concessionária, a “forte chuva” gerou o desligamento de 63 alimentadores em uma área equivalente a 20% da capital amazonense, em todas as zonas urbanas, atingindo mais de 380 mil pessoas e 30% de clientes da cidade.

A lista de bairros e conjuntos atingidos incluiu São José, Armando Mendes, Zumbi, Parque das Castanheiras, Novo Reino, Nova Floresta, Tancredo Neves, Jorge Teixeira,Chico Mendes, Grande Vitória, Distrito II, Coroado, Aparecida, Centro, Cidade Nova, Compensa, Vila da Prata, Coroado, Santo Antônio, São Jorge, Adrianópolis, Distrito Industrial Chapada, Nossa Sra. das Graças, Japiim, Petrópolis, Dom Pedro, Parque Dez, Parque das Laranjeiras, Flores, Tarumã, Colônia Terra Nova, Ponta Negra, Santo Agostinho, Lírio do Vale, Jesus Me Deu, Morro da Liberdade e Betânia 4. Manacapuru e de Iranduba também foram afetadas pelo apagão.

A Amazonas Energia informou ainda que reforçou suas equipes para atender as demandas extras causadas pelo temporal, acrescentando que estas poderiam ser registradas em seus canais de atendimento, incluindo call center (0800 701 3001), aplicativo, acrescentando que “continua trabalhando 24 horas por dia para restabelecer o sistema no menor espaço de tempo possível”.

Até o encerramento desta reportagem, o serviço telefônico da concessionária informava que a luz ainda não havia sido restabelecida em todos os bairros da cidade. Atendimento e prejuízos O presidente da FCDL-AM, Ezra Azury, ressalta que a chuva em si não foi um problema tão grande quanto a falta de energia e lembra que, nesta segunda (27), muitas empresas estavam retornando às atividades, após ficarem fechadas no fim de semana.

“Praticamente não houve movimento e muitas áreas da cidade foram impactadas por quedas de árvores e problemas de abastecimento de energia. Houve prejuízo, mas não consigo mensurar. Muitos mercadinhos perderam parte da mercadoria e algumas padarias não conseguiram fazer pão. Quem dependia de energia elétrica, não conseguiu trabalhar ontem”, lamentou.

A maior queixa do dirigente, entretanto, diz respeito ao atendimento. “Antigamente, a desculpa era que a empresa era estatal e não tinha cuidado em atender. Mas, agora é uma empresa privada. Não dá para ficar 40 minutos esperando para a atendente falar que não tem previsão para voltar a luz. Não é assim que funciona.

O correto seria identificar logo que se trata de uma conta comercial, informar o que ocorreu e dar uma estimativa de prazo. Se não tenho previsão, o que faço em relação a minha equipe? Mantenho, ou libero para voltar para casa? E se voltar em meia hora? Está faltando comunicação”, questionou.

Em sintonia, o presidente em exercício da Fecomércio-AM, Aderson Frota, lembra que energia não é apenas uma questão de iluminação, mas de insumo, especialmente para empresas que trabalham com alimentação, a exemplo de bares, restaurantes e supermercados, assim como o segmento de segurança eletrônica, entre outros.

O dirigente conta que recebeu reclamações de muitos associados, que ainda enfrentavam o problema na tarde desta terça (28), inclusive relatando perda de mercadorias e prejuízos em geral. “Cheguei a ver muita gente tentando alugar grupos geradores sem sucesso, porque a demanda estava grande.

Situações assim tendem a mexer inclusive no preço do seguro. E quem tem mercadoria segurada, certamente vai ouvir da seguradora que a apólice não cobre esse tipo de situação. Vamos buscar a Amazonas Energia para apurar as responsabilidades, pois eventuais reposições vão depender disso.

Tenho certeza que existe um fundo nacional para casos de inadimplências e perdas no setor energético. Vamos cobrar também um trabalho preventivo da concessionária para momentos futuros”, afiançou. Proteções e prevenções De acordo com o presidente da Fieam, Antonio Silva, o efeito dos apagões localizados sobre o parque industrial da capital amazonense foi minorado justamente porque uma parte das fábricas se encontra em recesso ou férias coletivas. Ressalva, contudo, que “a grande maioria” das empresas do PIM ainda opera normalmente com seu corpo administrativo e produção residual.

O dirigente concorda que a repetição de eventos semelhantes preocupa, principalmente se ocorrer em um período de maior atividade para o setor. Mas, pondera que “todas as empresas tem as suas proteções contra este tipo de intempéries”. “Apesar da concentração de indústrias no Distrito I e II, ambos afetados, as empresas no Tarumã, Japiim e Flores também sofreram, para citar outros bairros.

O impacto é sempre mais contundente sobre as indústrias que trabalham com sistema de produção contínua, onde o processo produtivo possui fluxo contínuo, não podendo ser paralisado, a exemplo das indústrias de combustíveis, produtos químicos, remédios, fundição, vidro, dentre outros. Apesar do alto custo, é praxe, a manutenção de grupos geradores para sustentar a operação por períodos longos, a despeito de problemas na rede elétrica”, frisou”.

Já o vice presidente da Fieam e presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Manaus, Nelson Azevedo, considera que a situação foi “surreal” e destaca que, embora a maior parte do PIM estivesse de férias coletivas, muitas empresas estavam fazendo reparos e construção em suas dependências, sendo que algumas delas chegaram a relatar perdas de equipamentos de manutenção, em virtude dos picos de energia.

O dirigente salienta também que, embora a maior parte das empresas disponha de geradores, há um limite para o uso dos maquinários. “Dá para usar geradores, desde que seja por um período de poucas horas.

Caso contrário, o custo fica proibitivo. Não quero nem pensar se isso acontecer quando a indústria estiver funcionando normalmente. Seria uma quebradeira de máquinas e correríamos o risco de parar e passar por uma situação semelhante a que vivemos na primeira onda da pandemia. Não dá para evitar o temporal, mas podemos nos precaver para situações futuras, e acredito que muitas empresas farão isso. Por isso, devemos ter uma reunião com a Amazonas Energia, possivelmente logo na primeira quinzena de janeiro”, arrematou.

Fonte: JCAM

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