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Empresários mantêm relutância

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28/10/2013

O uso do gás natural pelas empresas promete se tornar uma realidade no PIM a partir do ano que vem. Segundo a Cigás (Companhia de Gás do Amazonas) já no início do ano será possível atender empresas do Distrito Industrial. No entanto, lideranças empresáriais do Estado ainda demonstram desconfiança quanto aos benefícios financeiros que a medida trará para as indústrias e apontam a falta de informação sobre funcionamento do sistema.

Um dos principais fatores que influenciam o uso do gás natural é o custo inferior que ele apresenta em relação ao diesel. Mas para o presidente do Cieam, Wilson Périco, o custo não tem se mostrado tão barato como era esperado. “Teoricamente seria mais em conta, mas não está. Está caro e não justifica a princípio uma transformação. Tem um custo de transformação hoje para você trocar o sistema de geradores a diesel para o gás”, comenta.

Para Périco, a migração das indústrias para utilizar o gás natural não deve apresentar uma adesão tão grande, como vem sendo esperado pela Cigás. “Tem algumas vantagens, principalmente ambientais, que são muito superiores na questão do diesel. Mas hoje você tem toda uma infraestrutura para uma realidade que é o diesel. Você teria que fazer toda uma transformação dessa realidade e investimentos e fazer adaptação dos duplos geradores e dos produtos para utilizar o gás e isso não se viabiliza. Não vejo mudanças em curto e médio prazo não.

O vice-presidente da Fieam, Américo Esteves, afirma que ainda há uma incógnita muito grande nas indústrias para como irá funcionar o sistema e se ele será realmente viável economicamente. “É uma incógnita, por que ninguém sabe o valor que será cobrado o metro cúbico do gás para o distrito. Esperamos redução, mas não em um primeiro momento. Não sabemos quantificar por que ninguém tem o preço. Há também gasto para migrar para o gás e não sabemos se a companhia de gás irá arcar com esse custo”, lembra.

No entanto, Esteves vê a chegada do gás ao distrito com boa expectativa e ao contrário de Périco acredita que haverá uma boa adesão das indústrias. “Temos uma expectativa pela fonte ser mais segura e não ser tão poluente. Acreditamos ser viável pelo histórico dos outros Estados, quem utiliza o gás natural migrou completamente. A maior parte das indústrias já está se preparando para isso”, conta.

Pioneiras

Atualmente já existem oito empresas que utilizam o gás natural no seu processo produtivo. São elas: Videolar, Carboman, Coca-cola, Procoating, Ceras Johnson, Neotec e Ambev, que recebem o gás natural diretamente do gasoduto.

Além dessas empresas, consome gás natural também a Moto Honda, no entanto é utilizando um sistema através de carretas de GNC (Gás Natural Comprimido), modalidade em que a Cigás vende o produto para um distribuidor de GNC, que comprime o gás, abastece as carretas e leva esse gás até a fábrica, enquanto o gasoduto não chega até este cliente.

Segundo o presidente da Cigás, Lino Chixáro, o Shopping Ponta Negra também faz uso do gás natural. Lino afirma que há uma economia projetada de R$ 12 milhões ao ano por essas indústrias com o uso da nova energia. “Varia muito de indústria para indústria, mas fica na casa dos 40% de economia em relação ao GLTP (Gás Liquefeito de Petróleo) que é o gás usual hoje. Economicamente está provado”, afirma.

“Discurso político atrapalhou”

Lino lembra que 60% da energia gerado já vem do gás natural é que não há cronogramas atrasados. “Vamos investir R$ 40 milhões esse ano e mais R$ 60 milhões ano que vem. O dinheiro já está em caixa para as obras. Nosso setor já está em contato com todas as empresas, o que falta é apenas o gás chegar à porta”.

Para o presidente da Cigás, o discurso político em volta da companhia prejudicou o andamento e criou expectativas irreais que prejudicaram a confiança do empresariado. “Antes o gás era tratado de uma dimensão política e político é assim, acha que as coisas acontecem com boa vontade. A agenda política vende otimismo. Só que a empresa era pré-operacional, ela passou a operar em 2011 então na verdade temos apenas dois anos de operação”

Privatização

A expectativa é de que os investimentos e obras andem mais rápido com a privatização da empresa. “A administração da empresa com o estado presente é 60% mais lenta do que poderia ser, pela observância das normas principalmente normas de licitação e contrato. Além disso a empresa terá mais receita quanto mais investir na indústria por que é seu grande segmento, então o empresário naturalmente irá empreender mais para poder levar a empresa para o pico o mais rápido possível”.

Capacidade

Atualmente a Cigás não utiliza nem 10% do seu potencial de gás diário para indústrias e comércio. “Temos 500 mil metros cúbicos diários de gás para indústria e comércio e estamos usando menos de 50 mil. Mas esse ano começamos a atender três novos estabelecimentos que estão na Torquato Tapajós, por que ficou mais fácil já que o gasoduto passa por ali”.

Obras


As obras para levar o gás natural ao distrito já estão em andamento. Segundo Lino Chixáro serão R$ 100 milhões investidos até 2014. “Até o final do ano já teremos interligado o Distrito. Estamos fazendo as obras junto com o Estado para não prejudicar o trânsito”. O gás que será levado ao Distrito vai sair de Mauá, e terá cerca de 17 km de extensão.

Gás Natural Veicular


Segundo o presidente do sindicato dos taxistas, Luis Augusto Lins, cerca de 1.500 taxistas já utilizam o GNV em Manaus.

"Até ano passado, o número correspondia a 200 táxis. “É muito viável para os táxis. Mas precisamos dos postos. Sentimos a diferença na economia, mas a falta de postos faz com que se tenha que andar muito às vezes. O que ainda não torna completamente viável”, comenta

A Cigás informou que até junho do ano que vem há a expectativa de que pelo menos 6 postos disponham o gás natural na cidade. Atualmente apenas 2 funcionam. “O terceiro será entregue esse ano, até ano que vem teremos mais três.

"Queremos levar para zona Norte e Leste e o mercado se encarregará de aumentar o número de táxis e de postos no futuro”, afirmou Lino Chixáro.

Fonte: JCAM

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