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Empresários de Manaus mudam o tom para fechamento de comércio

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01/04/2020

Fonte: Em Tempo

Maria Eduarda Oliveira

Mesmo diante de apelos de empresários do comércio pela reabertura das portas, o governador do Estado, Wilson Lima, manteve a vigência do decreto estadual que determina a suspensão do funcionamento dos estabelecimentos não essenciais, a fim de evitar uma maior propagação do novo coronavírus (Covid-19) no Amazonas. Após apresentação das projeções do vírus, sem o isolamento social no Estado, empresários concordaram com a manutenção do fechamento das portas para evitar aglomerações.

Diante dos dados sobre o avanço do coronavírus no Amazonas e a previsão do colapso das redes públicas e particulares de saúde, a tensão entre empresários e governo parece ter diminuído.

O presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, disse que durante a reunião com o governador, que ocorreu no dia 30 de março, representantes da área da saúde deixaram claro que o comércio não pode voltar a operar como antes nas próximas semanas.

“O secretário estadual de Saúde, Rodrigo Tobias, deixou claro que o sistema de saúde do Estado, assim como o de qualquer outro lugar do mundo, não está preparado para uma explosão de casos do novo coronavírus. A diretora-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), Rosemary Costa Pinto, também destacou que a faixa-etária mais atingida pelo vírus na região está entre 30 e 49 anos, ou seja, a força de trabalho que temos”, explicou Périco.

Para o presidente do Cieam, os dados revelados durante a reunião foram os responsáveis por abrir os olhos de diversos representantes do comércio e do próprio governador, que decidiu manter o decreto. “No mais, foi montado um comitê de crise para a retomada da atividade comercial no momento em que isso for possível. Esse comitê deve começar a se reunir já nessa semana e eu participarei contribuindo com tudo o que estiver ao meu alcance”, afirmou.

Leve flexibilização

O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas (Fecomercio-AM), Aderson Frota, disse que o governador flexibilizou o funcionamento para algumas empresas que contam com produtos e serviços de primeira necessidade, essenciais.

“A orientação do governador aos empresários e trabalhadores do comércio é de que, mesmo havendo a flexibilização, os estabelecimentos devem atender às normas de prevenção e combate ao coronavírus, a fim de que seja minimizado o risco de disseminação da pandemia”, afirmou o presidente da Fecomercio.

Frota informou que alguns dos lugares que estão funcionando são: supermercados, padarias, restaurantes na modalidade delivery, distribuidoras de água e gás, agências bancárias e loterias, clínicas que prestem serviços de assistência à saúde com serviços médicos ambulatoriais, clínicas de vacinação, serviço de assistência à saúde dos animais, serviços odontológicos de urgência, serviços de transporte público e postos de combustíveis.

O presidente da Fecomercio disse ainda que, para as empresas que estão proibidas de abrir durante esse período, algumas medidas estarão sendo tomadas nos próximos dias, para auxiliar esses comércios durante o período de instabilidade e dificuldade. Segundo ele, o Governo do Estado estuda algumas medidas para as atividades comerciais, como uma linha de financiamento junto à Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam).

"Em segundo lugar, o governador irá validar as certidões negativas de débito, pois a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) não permite execução de compras se estiverem vencidas; em terceiro, haverá uma posteriorização do recolhimento de tributos; e, por fim, esperamos que o governo também cancele todas as multas de inadimplência desses recolhimentos”, finalizou.

Reunião

A reunião com o governador do Amazonas, Wilson Lima, ocorreu na segunda-feira (30) e contou com a presença de representantes dos poderes Legislativo e Judiciário, órgãos de controle e entidades do comércio e da indústria. O encontro foi avaliado positivamente pelos últimos, pois consideram positiva a criação de um comitê que vai discutir a retomada gradual da atividade econômica à medida que o controle do novo coronavírus (Covid-19) avance.

O governador frisou que a prioridade neste momento é a saúde, mas que o Estado estuda meios de recuperar a economia, alinhado com todos os setores produtivos.

“A vida das pessoas está em primeiro lugar e é isso que nós colocamos aqui e deixamos muito claro, disso nós não abrimos mão. Primeiro cuidamos da vida das pessoas, e depois entendemos como vamos caminhar com as atividades econômicas que são fundamentais. Nós estamos tomando medidas que são duras, não há nenhuma decisão fácil neste momento, mas elas são importantíssimas e devem ser tomadas, de forma muito responsável”, destacou Lima.

Saúde

Durante a reunião, o secretário estadual de Saúde, Rodrigo Tobias, apresentou projeções feitas pela Susam que mostram que o isolamento social pode reduzir em 31% o número de infectados em Manaus e região metropolitana. O mesmo estudo mostra que, sem a medida de restrição de circulação de pessoas, 22 mil pessoas poderão precisar de UTI. Se isso acontecer num curto espaço de tempo, aumentaria a possibilidade de óbitos já que o sistema de saúde não suportaria a demanda.

O médico e pesquisador da Fundação de Medicina Tropical do Amazonas e da Fiocruz, Marcus Lacerda, que conduz pesquisa do uso da cloroquina no tratamento da Covid-19 no Estado, ressaltou que a maioria das pessoas será contagiada pelo vírus, mas é necessário que seja de forma lenta, daí a necessidade da redução do contato entre pessoas.

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