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Empresário do AM mantêm esperança sobre a aprovação de reformas

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02/04/2019

Notícia publicada pelo Jornal do Commercio

Marco Dassori

As lideranças empresariais do Amazonas ainda se dizem otimistas em relação à capacidade do governo federal aprovar as reformas – a da Previdência em especial – e incrementar o ambiente de negócios nacional. Esse otimismo, contudo, se mostra cauteloso diante das mais recentes notícias no Congresso e das dificuldades de articulação política do Executivo na casa legislativa.

Boa parte desse desânimo e apreensão transpareceu na mais recente pesquisa sobre o Índice de Confiança Empresarial (ICE), embora os números digam respeito ao âmbito nacional. O indicador foi divulgado pela FGV (Fundação Getulio Vargas) nesta segunda (1º), e é calculado com base em entrevistas com empresários da indústria, serviços, comércio e construção civil.

O ICE 2,7 pontos de fevereiro para março e chegou a 94 pontos, em uma escala de zero a 200. Além de estar abaixo da média, é o menor nível desde outubro de 2018 – período de indefinição política, diante das eleições. O número também ficou 0,5 ponto percentual abaixo da marca de março do ano passado, período de ceticismo quanto aos rumos da economia brasileira.

O Índice de Situação Atual, que mede a confiança dos empresários no presente, caiu 1,5 ponto em março, para 89,9 pontos, voltando ao nível de novembro de 2018. Já o Índice de Expectativas, que mede a confiança no futuro, caiu 2,9 pontos e fechou o trimestre em 98,1, o menor nível desde outubro do ano passado.

Todos os setores tiveram queda da confiança de fevereiro para março: indústria (-1,8 ponto), serviços (-3,5 pontos), comércio (-3,2 pontos) e construção (-2,5 pontos). Em março, a confiança avançou somente em 22% dos 49 segmentos que integram o ICE. No mês passado, a disseminação de alta havia alcançado 41% dos segmentos.

“Acomodação das rochas”

Para o presidente em exercício da Fecomercio-AM (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas), Aderson Frota, a falta de entendimento entre Executivo e Legislativo preocupam o empresariado, mas os choques entre poderes são, guardadas as proporções de cada período, uma constante nos começos e governo.

“Acreditamos na qualidade das reformas, principalmente da Previdência, onde o desafio é maior, pela questão de mexer em direitos. Mas, essas brigas repercutiram mal na economia, gerando alta do dólar e queda na Bolsa. Essa falta de sintonia prejudica o diálogo. É como uma acomodação das rochas: pode causar ou evitar um terremoto. Tudo vai depender do tempo para esse entendimento ocorrer”, ponderou.

Política industrial

O vice-presidente da Fieam (Federação das Indústria do Estado do Amazonas), Nelson Azevedo concorda que os recentes bate-bocas entre chefes de poderes não caiu bem para o mercado e para o setor produtivo e que a tramitação das reformas foi prejudicada pelo calendário de 2019. Ele avalia, contudo, que as coisas ainda devem ser encaminhadas positivamente no Congresso e para os interesses do Amazonas.

“Apesar de estarmos no 1º de abril, confiamos que os entraves políticos chegarão a um bom termo, gerando melhora no ambiente de negócios. E confiamos também na ação do superintendente da Suframa [Alfredo Menezes] para fazer valer os interesses da Zona Franca em destravar PPBs e descontigenciar verbas. Inclusive para trazer mais investimentos estrangeiros para a região, já que ele integra a comitiva presidencial que foi a Israel”, destacou.

O dirigente lamenta mesmo é a virtual falta de um encaminhamento para a definição de uma política industrial para o país: “Tem sido assim: as coisas vêm e vão. Não é algo estável ou que propicie segurança para quem investe no setor. Esperamos que o governo tenha mais atenção para essa questão, no futuro próximo”, afiançou.

“Euforia e esfriada”

Já o presidente do Sinduscon-AM (Sindicato da Construção Civil do Amazonas), Frank Souza, também vê com apreensão as dificuldades na tramitação das reformas e a dificuldade de diálogo entre os poderes para encaminhar as reformas da Previdência e a Tributária. Para o dirigente, apesar do otimismo inicial, o momento ainda é de incertezas para a economia em geral e para a construção civil em particular.

“Houve euforia em janeiro, no começo do governo, mas depois deu uma esfriada. No âmbito regional, até vemos algum encaminhamento, ainda que demorado, para uma melhora no PIM [Polo Industrial de Manaus] e nas novas matrizes econômicas que o governo quer deslanchar. No cenário nacional, percebemos uma indefinição do governo em investir no setor, além das dificuldades dos agentes econômicos receberem repasses de programas como o Minha Casa, Minha Vida”, encerrou.

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