21/08/2014
A expectativa é consolidar o Brasil como segundo maior mercado do mundo para o grupo, atrás apenas dos Estados Unidos, com um faturamento bruto de R$ 1 bilhão estimado para 2016. Líder na categoria de escrita e isqueiros e vice-líder no segmento de barbeadores descartáveis, a BIC vende em mais de 160 países 25 milhões de canetas, 6 milhões de barbeadores e 10 milhões de isqueiros a cada dia. Só neste ano, a previsão de vendas chega a 300 milhões de esferográficas fabricadas em Manaus. Não fossem os gargalos, o desempenho poderia ser ainda melhor. "Manaus foi uma boa opção. Tem os desafios de transporte, mas tem também a viabilidade econômica", diz André Negro, diretor de supply chain da BIC Brasil.
A Zona Franca de Manaus, criada em 1967 com o objetivo estratégico de "integrar para não entregar" as riquezas da Amazônia às investidas estrangeiras e permitir o surgimento de um novo polo de desenvolvimento no país, faturou no ano passado R$ 83,5 bilhões, 13,6% acima de 2012, e gerou mais de R$ 20 bilhões em impostos.
As mais de 600 empresas instaladas no polo produzem de equipamentos eletrônicos a automóveis, de bebidas a brinquedos. São elas que geram 170 mil empregos diretos, com impactos no comércio e no setor de serviços. Oitenta por cento do Produto Interno Bruto do Estado, que corresponde a 1,6% do PIB brasileiro, se concentram na capital. O PIB industrial manaura é o terceiro do país, atrás apenas do de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Ainda assim, dados do "Indicadores de Desempenho do Polo Industrial de Manaus 2009-2014" da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), a autarquia que responde pela gestão do polo industrial, revelam que os custos de produção têm impactos negativos cada vez maiores. Há cinco anos, insumos como salários, encargos e benefícios sociais e o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias (ICMS) chegavam a R$ 26,7 bilhões - ou 48,2% da receita total de R$ 55,4 bilhões.
No ano passado, a taxa já era de 54,04% - ou R$ 48,5 bilhões de custos para uma receita total de R$ 89,9 bilhões. Levantamento do especialista Augusto Rocha, professor da Universidade Federal do Amazonas e coordenador do comitê de logística do Centro das Indústrias do Estado do Amazonas, aponta para uma queda na participação do Polo Industrial de Manaus no PIB nacional, de 2,14%, em 2005, para 1,57%, em 2012, por conta da perda de competitividade com o declínio da infraestrutura logística e outras deficiências do custo Brasil associadas ao custo Amazonas.
Fonte: Valor Econômico